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    “Corredores e pausas humanitárias” para Gaza, pede a UE em cimeira de líderes

    Os líderes da União Europeia (UE) pedem medidas para permitir a entrada de ajuda humanitária para os palestinianos sitiados. António Costa ao lado de Guterres

    Os chefes de Estado e de governo dos 27 países chegaram a um consenso, quinta-feira, sobre a posição do bloco face aos apelos das Nações Unidas e de outros membros da comunidade internacional em relação á situação na Faixa de Gaza.

    O texto de conclusões da cimeira, que está a ser debatidoe e votado ao longo de dois dias, em Bruxelas, pede explicitamente “o acesso humanitário contínuo, rápido, seguro e sem entraves e à ajuda para chegar aos necessitados através de todas as medidas necessárias, incluindo corredores humanitários e pausas para necessidades humanitárias”, durante os combates entre Hamas e Israel.

    Mas não foi possível ir tao longe quanto alguns gostariam, nomeadamente o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez: “Gostaria de ver um cessar-fogo para fins humanitários. Mas se não tivermos essa condição, pelo menos uma pausa humanitária para canalizar toda a ajuda humanitária de que a população palestiniana necessita”.

    No que alguns apelidaram de um conselho europeu sobre guerras, os lideres debateram a continuação do apoio à Ucrânia, com a habitual participação do presidente do país por videoconferência.

    O primeiro-ministro português, António Costa, ressalvou que a UE “reconhece, obviamente, o direito de Israel responder militarmente de forma a destruir a capacidade ofensiva do Hamas, isso é evidente”.

    “É preciso criar condições porque não pode haver, obviamente, ajuda humanitária sob um bombardeamento”.
    António Costa
    Primeiro-ministro, Portugal

    “Agora, nós não podemos confundir o Hamas com o povo palestiniano, nem com o conjunto das pessoas que vivem em Gaza. E não podemos, numa operação militar contra o Hamas, causar danos colaterais que seriam uma tragédia humanitária junto de toda a população da Faixa de Gaza”, sublinhou.

    Por isso, “é preciso criar condições porque não pode haver, obviamente, ajuda humanitária sob um bombardeamento”, insistiu.

    O primeiro-ministro português disse, ainda, que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, expressou-se com “grande sentido humanista” nas declarações que fez sobre a degradação da situação humanitária no território palestiniano.

    As “tendências” na UE sobre as partes

    A Áustria, a Alemanha e a Hungria estão entre os principais apoiantes de Israel, tend oos líderes dos dois primeiros Estados-membros visitado Israel para mostrar solidariedade após o ataque.

    Questionado sobre até que ponto Israel pode ir na destruição do Hamas, o chanceler alemão Olaf Scholz disse: “Israel é um Estado democrático que é liderado por princípios muito humanitários, por isso podemos ter a certeza de que o exército israelita respeitará as regras que surgem do direito internacional no que diz respeito a isso acontece. Não tenho dúvidas sobre isso.”

    A Espanha e a Irlanda centram-se frequentemente na situação dos palestinianos. O desafio tem sido encontrar um equilíbrio entre condenar os ataques do Hamas, apoiar o direito de Israel a defender-se e garantir que os direitos dos civis de ambos os lados sejam protegidos pelo direito internacional.

    O número de mortos em Gaza ultrapassou os sete mil, segundo autoridades palestinianas. É algo sem precedentes no conflito israelo-palestiniano que já dura décadas.

    Apesar da sua influência política limitada, o bloco de 27 nações é o principal fornecedor mundial de ajuda aos palestinianos. Enviou quase 78 milhões de euros, este ano, e mais de 930 milhões de euros,desde 2000.

    A UE tem pouca influência sobre Israel, que vê nos Estados Unidos o seu aliado mais fiel, mas continua a ser o maior parceiro comercial do país.

    Nos últimos dias, Israel permitiu a entrada de mais de 60 camiões com ajuda vinda do Egito. Os trabalhadores humanitários e a UE dizem que não é suficiente, apenas uma pequena fração do que chegou antes da guerra. Israel ainda proíbe o fornecimento de combustível – necessário para os geradores de energia – dizendo que irá para o Hamas.

    Acredita-se que dezenas de cidadãos europeus estejam entre os mais de 200 israelitas e estrangeiros feitos reféns pelo Hamas. Muitas outras pessoas foram apanhadas na turbulência, já que cerca de 1,4 milhões dos 2,3 milhões de residentes de Gaza fugiram das suas casas sob ordens do exército israelita.

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