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    Comissária da UA manifesta apoio às vítimas da seca

    Angop

    A Comissária para a Economia Rural e Agricultura da Comissão da União Africana, Josefa Sacko, mostrou-se, nesta quinta-feira, sensível para com as vítimas da seca no sul de Angola e pronta a identificar, com as autoridades, programas para mitigar os efeitos das alterações climáticas.

    Para apoiar às vítimas da seca que assola às províncias do Cunene, Cuando Cubango, Huíla e Namibe diversas instituições públicas e privadas, personalidades individuais e os governos do Cuanza Sul, Luanda, Benguela, Bié, Huambo, Cuanza Norte, Malanje e Uíge disponibilizaram milhares de toneladas de bens diversos.

    O governo da província do Cunene, província mais afectada, recebeu, até ao momento, 997 mil toneladas de bens alimentares para acudir a situação de seca que a sola a região.

    As autoridades locais contam, actualmente, com 20 unidades de camiões cisternas e 400 reservatórios espalhados pelo território da província para a distribuição de água às populações.

    Está também em curso a reabilitação de 171 furos de água, uma média 28 furos por cada município, num total de seis municípios.

    Para o efeito, o Executivo disponibilizou 3.9 mil milhões de Kwanzas para a aquisição de bens diversos.

    Além das vítimas humanas, Josefa Sacko afirmou estar preocupada com as perdas económicas, nomeadamente na pecuária, daí ser premente a mobilização de recursos financeiros, para que se possa salvar o gado, por exemplo, na província do Cunene.

    A diplomata falava durante um encontro solicitado pelo embaixador de Angola na Etiópia e Representante Permanente Junto da UA e Comissão Económica das Nações Unidas para África, Francisco da Cruz, para abordar a seca no sul de Angola.

    Francisco da Cruz procurou saber em que medida a União Africana pode assistir Angola, que há cerca de oito meses, vive uma “situação de seca grave”, em seis das 18 províncias, afectando mais de dois milhões de pessoas.

    Para fazer face ao fenómeno cíclico das alterações climáticas, que atinge outros estados da África Austral, ambos discutiram a hipótese de realização de uma reunião entre países da região, a fim de se encontrarem soluções integradas.

    Sobre o assunto, Josefa Sacko acrescentou que o departamento que dirige possui programas com vista a dar resposta às consequências das alterações climáticas na África Austral.

    A propósito, adiantou, Luanda vai albergar de 12 a 13 de Agosto um workshop de cariz ambiental, denominado “Grande Muralha Verde”, destinado aos países da SADC, como parte de um projecto financiado pela União Europeia, e, entre outras, inclui acções de arborização.

    Outro tema abordado pelos dois interlocutores prende-se à existência da African Risk Capacity (ARC), agência especializada da UA, vocacionada a assistir os governos africanos para melhor planificar, preparar e responder a catástrofes relacionadas com mudanças climáticas.

    A ARC permite a criação de mecanismos de financiamento de risco para situações de seca, cujos pagamentos de seguros propiciam aos países prestar assistência à população afectada.

    Angola não faz parte dos 33 Estados Membros da UA que compõem a agência. Pela África Austral, estão Moçambique, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e Madagáscar.

    Josefa Sacko, de nacionalidade angolana, foi eleita Comissária para Economia Rural e Agricultura da União Africana em Janeiro de 2017, em Cimeira Ordinária da União Africana (UA) em Addis-Abeba, capital da Etiópia.

    Das províncias da região Sul, o Cunene é a que enfrenta a mais severa estiagem da sua História, há oito meses, que já deixou mais de 800 mil famílias e mais de um milhão de bovinos à beira da morte.

    No total, 857 mil 443 pessoas foram afectadas pelos efeitos da seca e um milhão e 100 bovinos estão em risco de morte, por fome e sede. A falta de chuvas prejudica a agricultura de subsistência.

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