Desde os tempos idos que Carnaval com chuva sabe melhor se comparado com um sol escaldante que, mesmo calçando quedes “Bamba” ou “Meteu Dibengo”, nos torra o pé de tanto calor, a pele ou a pupila, com os raios ultravioletas, se não estivermos bem prevenidos, escreve o JA.
Se chover, uma das principais preocupações dos foliões é manter os adereços intactos sem que se estraguem, particularmente as fantasias produzidas à base de papel, cartão ou cartolina, porque de resto, com chuva a brincadeira, as danças, as intrigas, o mascarado gentio, o rei e a rainha, o príncipe e a princesa, até os instrumentistas têm mais fôlego para o folguedo.
A chuva nunca foi, nem deve ser motivo para adiar o Carnaval. Aliás, Entrudo é mesmo com aguaceiro e lama à mistura, tal como o dia das mabangas (cinzas) que, às vezes, tem sido brindado com chuva.
Antes da Praia do Bispo, o desfile de Luanda teve duas grandes tribunas: a Praça do Kinaxixi e a avenida 4 de Fevereiro, na Marginal de Luanda.
Da Marginal 4 de Fevereiro, lembramos que, em 2004, depois do União Mundo da Ilha desfilar, no tempo do comandante António Paquete, houve uma forte chuva que deixou em debandada tudo e todos. Nem mesmo o emergente Unidos do Caxinde – a novidade do século XX – conseguiu fazer das suas…
Agora, já na pista da Praia do Bispo, a primeira chuva ocorreu no ano passado, edição de 2018, pouco antes do desfile do grupo União Nzinga Mbande, de Viana, com centenas e centenas de foliões. Nem por isso, o grupo dançou a famosa “cabecinha” e seguiu-se um outro grupo, mas o temporal era tão forte que a comissão organizadora decidiu interromper o desfile alegando segurança dos meios técnicos.
Impõe-se, nesta edição, uma preparação que atenda o fenómeno chuva, prevenindo que aconteça algo semelhante à edição anterior.
Amanhã há possibilidades de chuva na capital do país, de acordo com as previsões meteorológicas divulgadas no site “tempo.com”.
O desafio pesa à comissão organizadora e menos aos grupos carnavalescos.
Sim, à organização porque a aparelhagem de som, os cabos eléctricos, as emissoras de rádio e as de televisão são meios que carecem de exclusiva protecção da chuva, bem como os membros do júri, para não molhar os boletins de voto, enquanto os espectadores e os foliões, esses, talvez queiram mesmo um pouco de “água benta” natural que vem das nuvens, para acalmar a ansiedade e os ânimos.
Este ano, Carnaval com chuva acontece, também, no Rio de Janeiro, a cidade que alberga o maior Entrudo do mundo. De acordo com os dados do “Climatempo”, citado no jornal digital “O Globo”.