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    China expulsa jornalista norte-americano após artigo sobre primo do presidente

    O artigo revelou que a polícia australiana estava a examinar as atividades de Chai, como parte de uma ampla investigação sobre lavagem de dinheiro e crime organizado.

    A China expulsou um repórter que trabalha para o jornal norte-americano Wall Street Journal, na sequência de um artigo sobre o primo do Presidente do país, Xi Jinping, confirmou hoje a empresa detentora daquela publicação.

    As autoridades chinesas, escreve a Lusa, recusaram renovar o cartão de imprensa de Chun Han Wong, correspondente em Pequim do The Wall Street Journal, confirmou em comunicado o porta-voz da Dow Jones, empresa que detém o jornal.

    Natural de Singapura, Wong escrevia sobre política chinesa desde 2014. A expulsão de Wong ocorre numa altura de crescente repressão sobre jornalistas estrangeiros e chineses.

    O Governo chinês por vezes recusa emitir ou renovar o visto a jornalistas, em caso de insatisfação com o teor dos seus trabalhos ou dos órgãos de comunicação que representam. Outra forma de pressão consiste em fazer os jornalistas esperarem meses, e às vezes anos, até que os vistos sejam aprovados.

    O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros não comentou até à data a expulsão.

    Wong foi coautor de um artigo, em julho passado, sobre Ming Chai, um cidadão australiano de 61 anos que é também primo de Xi Jingping.

    O artigo, que citava autoridades australianas anónimas, revelou que a polícia australiana estava a examinar as atividades de Chai, como parte de uma ampla investigação sobre lavagem de dinheiro e crime organizado.

    As autoridades chinesas consideraram na época as acusações infundadas. Agências de notícias australianas ou o jornal norte-americano The New York Times fizeram uma cobertura semelhante.

    No ano passado, a China recusou renovar o visto de jornalista a uma correspondente norte-americana do portal de notícias BuzzFeed News, numa aparente retaliação pela cobertura sobre violações dos direitos humanos e a repressão pelas autoridades sobre a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur na região de Xinjiang, extremo noroeste do país.

    Em 2012, uma repórter da estação televisiva Al Jazeera foi forçada a abandonar o país, após não lhe renovarem o visto. A mesma situação ocorreu em 2015, com uma correspondente da revista francesa L’Obs.

    Após ascender ao poder, Xi lançou uma campanha anticorrupção, considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de mais de um milhão de membros do partido.

    Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o controlo ideológico e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.

    Xi Jinping tornou-se nos últimos anos o centro da política chinesa e é hoje considerado um dos líderes mais fortes na história da República Popular, comparável ao seu fundador, Mao Zedong.

    Em 2017, numa única sessão do legislativo chinês, Xi conseguiu abolir o limite de mandatos para o seu cargo, criar um organismo com poder equivalente ao do executivo, para supervisionar a aplicação das suas políticas, e promover aliados a posições chave do regime.

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