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    CDS “mais livre” para negociar OE. A troika já não está cá

    (Rodrigo Cabrita)
    (Rodrigo Cabrita)

    Portas e os outros ministros estão a pressionar violentamente Passos para descer os impostos. A um ano das eleições, o CDS dá o tudo por tudo

    Se não houver descida de impostos a um ano das eleições vale a pena o CDS continuar no governo? Esta pergunta está a ser feita num momento em que o estado-maior centrista faz ponto de honra em que o próximo Orçamento de Estado contemple a descida de impostos. Afinal, a troika já não está cá – e foi a troika que revogou a “demissão irrevogável” de Paulo Portas.

    Está tudo em aberto (incluindo se virá existir ou não coligação eleitoral), mas o CDS não quer abdicar de “um tempo novo” que lhe permita chegar às eleições com um mínimo de controle de danos. Na semana passada, todos os ministros e altos quadros do CDS fizeram uma frente concertada pela descida dos impostos, na Escola de Quadros do partido que decorreu em Peniche.

    Foi Nuno Melo a abrir aquilo que literalmente se pode chamar “hostilidades” – pelo menos contra o primeiro-ministro e a ministra das Finanças, não contra o eleitorado. Disse o deputado europeu: “Depois da troika em que por patriotismo tivemos até de sacrificar algumas ideias e propostas – tal a emergência em que Portugal estava – não podemos voltar à irresponsabilidade. Mas também não é aceitável que um país viva em excepção permanente. É por isso que legitimamente o CDS trabalha para um ano político novo e diferente, com uma agenda mais próxima do que nós somos, do que queremos, do que nós pensamos, daquilo em que acreditamos”.

    Depois, Paulo Portas anunciou que o ano que vem tem mesmo que ser composto de mudança, pelo menos fiscal. “Neste tempo novo e diferente” alguma coisa tem que mudar, defendeu Portas, elogiando a “feliz” expressão de Nuno Melo do “ano político novo e diferente”. E o resto do discurso foi totalmente dedicado ao apelo pela baixa de impostos. “Prudência orçamental numa mão, sinais de mudança noutra mão”.

    A acção foi concertada, por muito que Paulo Portas até tivesse dito que não queria “condicionar publicamente o parceiro de coligação”. Mas todo o programa foi feito primorosamente para condicionar Passos e a ministra das Finanças.

    Quando Marques Mendes disse na SIC que tinha sido Paulo Portas a impedir o aumento do IVA no Orçamento Rectificativo, a parte social-democrata do governo ficou furiosa. A ideia de que o CDS é “a favor da descida de impostos” enquanto o PSD quer aumentar os impostos deixa o principal partido agastado. Se toda esta campanha se enquadra na natural pressão que o CDS tem feito antes de cada orçamento, dentro do partido nota-se que esta pressão é diferente: agora, como diz Portas, “porque acabou o protectorado”, “tem que existir uma segunda parte da legislatura em que a excepcionalidade já não é a regra”. E a ausência da troika autoriza demissões irrevogáveis. (ionline.pt)

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