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    Cabo Verde: cumpre todos os objectivos da ONU na área da educação

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    Cabo Verde é considerado pelas Nações Unidas um caso de sucesso na África Subsaariana. No domínio da educação, o país atinge todos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

    Há 15 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. 2015 é ano de balanço e elaboração de novas metas. A DW África – em parceria com o projecto Radio Everyone – publica esta semana uma série de reportagens sobre o tema.

    O balanço arranca com o caso de Cabo Verde. Com uma população de meio milhão de habitantes, mais de um terço dos cabo-verdianos encontra-se actualmente a frequentar o sistema de ensino. Um dado que revela a importância dada à educação e à formação pela população do país.

    O programa de cantinas escolares oferece, pelo menos, uma refeição quente por dia aos alunos, evitando, deste modo, o abandono escolar por parte dos educandos das famílias mais carenciadas. Este é apenas um dos sucessos do arquipélago cabo-verdiano no sector da educação.

    Objectivos educacionais cumpridos na totalidade

    A ministra da Educação, Fernanda Marques, garante que Cabo Verde atingiu todos os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio no sector que dirige, “a todos os níveis”.

    “Desde alcançar o ensino primário universal – que é uma realidade já anterior à própria definição dos ODM – passando pela proporção de crianças em idade escolar que termina o 6º ano na idade padrão, que também atingimos, até à taxa de alfabetização dos 15 aos 24 anos, que também foi alcançada”, contabiliza a ministra da Educação cabo-verdiana.

    Também o objectivo de “promoção da igualdade de género e empoderamento das mulheres, no rácio rapariga/rapaz no ensino básico e secundário” foi alcançado, de acordo com Fernanda Marques.

    A ministra da Educação refere ainda que a taxa do ensino básico e a taxa de alfabetização são superiores a 95 por cento, pelo que o país tem “a população de 25 anos toda escolarizada”.

    “A universalização do ensino secundário é uma realidade. Temos, neste momento, uma média de 3 escolas secundárias por concelho. Todos os concelhos do país têm uma escola secundária”, frisa.

    Trabalhar para atingir o “ideal”

    Nos últimos 15 anos, Cabo Verde fez muito para a universalização do ensino, mas a ministra da Educação considera que esta é “uma aposta que começou há 40 anos, com a independência de Cabo Verde”.

    Para Fernanda Marques, o segredo do país reside no trabalho. “É preciso trabalhar muito, trabalhar em equipa, acreditar que somos capazes e que continuaremos sempre a vencer e a desenvolver Cabo Verde”, afirma.

    O professor Ulisses Pereira deu aulas nas ilhas de Santiago, São Vicente e Boa Vista. Actualmente reformado, o professor entende que Cabo Verde tem um nível de ensino “aceitável”.

    “Não é possível atingir o bom, porque o ideal é inatingível. Que continuemos à procura deste ideal”, pede Ulisses Pereira.

    Com uma taxa de desemprego de 15,6 por cento, segundo o Instituto Nacional de Estatística, e a atingir sobretudo os jovens, o professor Ulisses Pereira entende que as autoridades devem apostar num ensino virado para o mercado de trabalho.

    “Penso que há necessidade de rever. Que tipo de ensino secundário queremos para Cabo Verde?”, pergunta. “Os liceus já cumpriram as etapas do seu percurso. Penso que estamos agora numa era em que devemos pensar em formações profissionais, viradas para o mercado e para a produção”, considera o professor.

    Cabo Verde avança também em outros ODM

    Numa recente entrevista à Agência Lusa, a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas na Cidade da Praia disse que, globalmente, Cabo Verde tem feito progressos em todos os Objectivos de Desenvolvimento de Milénio e em todas as metas que têm pertinência para o país.

    Ulrika Richardson-Golinski indicou que, em comparação com a grande maioria dos países africanos, Cabo Verde destaca-se como um dos melhores progressos do continente. Por isso, considera Cabo Verde como um “case study” no continente africano.

    A redução da pobreza (Objectivo 1) foi, no seu entender, alcançado – baixou-se a pobreza de 47% para 26%. Nota positiva também para o acesso universal ao ensino primário.

    Na promoção da igualdade do género (Objectivo 3), destaca-se a paridade entre rapazes e raparigas no ensino básico.

    Na redução da mortalidade infantil (Objectivo 4) Cabo Verde está no bom caminho, mas, aqui, dificilmente atingirá o objectivo. Cabo Verde atingiu já a meta 5, relacionada com a saúde materna. No combate ao HIV, malária e outras doenças (Objectivo 6), o país está também no bom caminho.

    No penúltimo objectivo, garantir a sustentabilidade ambiental, Ulrika Golinski destacou o grande avanço na protecção do ambiente. A meta do saneamento, integrada ainda no 7º objectivo, foi já ultrapassada.

    No último objectivo, criar uma parceria mundial para o desenvolvimento, Ulrika Golinski destacou a eficácia da cooperação entre Cabo Verde e os parceiros internacionais. (dw.de)

     

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