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    “Autoridades tradicionais transformaram-se em empregados do Governo” – 3º vice-presidente da AN

    NJOnline | David Filipe

    O terceiro vice-presidente da Assembleia Nacional pela UNITA, Ernesto Mulato, lamentou hoje que as autoridades tradicionais se tenham transformado em “empregados do Governo”, desencorajando, dessa maneira, a prática da agricultura nas comunidades onde vivem.

    “Hoje, nas aldeias, as autoridades tradicionais não incentivam os habitantes locais a envolverem-se seriamente nas actividades agrícolas porque estão acomodados com os subsídios que recebem do Estado”, disse ao NJOnline Ernesto Mulato.

    Mulato lembrou que, na era colonial, as autoridades tradicionais desempenharam um papel preponderante no desenvolvimento agrícola nas suas aldeias, mas hoje esse papel está relegado para o último plano.

    “Hoje ninguém respeita as autoridades tradicionais. Eles ficam na fila para receber açúcar, arroz, (…) sabão, entre outras coisas vindos do Executivo”, referiu, salientando que os mesmos perderam a soberania porque são manipulados pelos políticos que governam o país.

    Segundo ele, quase em todas as províncias do País, quando uma determinada aldeia recebe dirigentes do partido governante, as actividades agrícolas ficam paralisadas.

    “As autoridades tradicionais têm de obedecer aos que lhes pagam o dinheiro. Neste âmbito, são obrigados a impedir que os habitantes vão para os campos agrícolas”, alegou.

    Segundo dados do Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado (MARE), a província do Uíge possui 7.359 sobas, cifra superior aos efectivos da Polícia Nacional naquela região do norte do País, e em Angola existem mais de 40.332 autoridades tradicionais.

    Face à situação, Ernesto Mulato reiterou a importância da realização das eleições autárquicas em todos os municípios, visando evitar situações de assimetrias regionais em termos de desenvolvimento e devolver a soberania às autoridades tradicionais.

    “Ao não criar as condições em todos os municípios do País, o próprio Executivo também está a estimular que as pessoas abandonem as suas áreas de produção, porque lá não há condições”, acrescentou.

    Falando sobre o actual momento do País, Ernesto Malato reconheceu que o Presidente da República, João Lourenço, tem boas intenções para combater a corrupção, mas declarou que o mesmo está a ser pressionado pelo seu partido.

    “Iniciou muito bem, mas agora estamos a ver que a tendência é de as coisas voltarem ao passado”, frisou, lamentando que o nível de vida dos angolanos esteja cada vez pior.

    Quanto à realização do XIII Congresso Ordinário do Partido, convocado para os dias 13, 14 e 15, Ernesto Mulato disse que com a criação das comissões, as condições estão reunidas para que o conclave seja um êxito.

    “O XIII Congresso Ordinário do Partido vai acontecer num momento em que as atenções estão viradas com a realização das eleições autárquicas em 2020 e gerais em 2022. Por isso, este será um evento histórico”, acrescentou.

    Relativamente às candidaturas, disse que com o cronograma de actividades, eles (os candidatos) serão conhecidos no mês de Setembro, sem no entanto, avançar nomes.

    “Na devida altura, a comissão organizadora do congresso vai anunciar. Agora tudo o que estamos a ler na imprensa e redes sociais é especulação”, concluiu.

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