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    Angola “desbloqueia” constrangimentos com a China, diz João Lourenço, destacando o papel estratégico da China

    O Presidente João Lourenço afirmou, esta Sexta-feira, em Pequim, que “os constrangimentos apresentados por Angola em relação aos compromissos com os bancos e instituições de crédito chineses foram desbloqueados, em grande medida”, sem especificar quais são esses constrangimentos.

    Ao intervir na reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, o Chefe Estado angolano sustentou que foram encontradas “medidas de alívio que não prejudicam os interesses de nenhuma das partes”.

    Na sua comunicação, João Lourenço precisou que a dívida de Angola à China se fixa, no global, em cerca de 17 mil milhões de dólares norte-americanos.

    Desse valor, explicou o Presidente angolano, cerca de 12 mil milhões de dólares americanos foram contraídos junto do Banco de Desenvolvimento Chinês (CDB) e do EximBank, com colateral petróleo e cláusulas de reembolso “que sobrecarregam o nosso serviço da dívida”.

    A linha de financiamento da China serviu sobretudo para financiar investimento público de infra-estruturas.

    Conforme João Lourenço, cuja visita oficial decorre até domingo, foi realizado, nos últimos dias, com sucesso, um trabalho do ministro de Estado para a Coordenação Económica e da ministra das Finanças de Angola com o ministro das Finanças da China e com aqueles bancos e instituições credoras, para se encontrar medidas de alívio, sem prejudicar os interesses de nenhuma das partes.

    Nesse sentido, agradeceu a intervenção das autoridades governamentais chinesas no desbloqueio dos constrangimentos, e disse augurar um desfecho favorável, após implementação dos entendimentos alcançados.

    João Lourenço disse ter solicitado, por outro lado, que as autoridades chinesas intercedessem a favor de Angola nas conversações em curso com o consórcio ICBC/EximBank, financiador das obras de construção da barragem hidroelétrica de Caculo Cabaça.

    As conversações visaram atender ao pedido de extensão do prazo para o desembolso do financiamento da construção da barragem, passo em que o Chefe de Estado disse ter sido, igualmente, bem-sucedido, o que agradeceu, desde já.

    O Presidente angolano também solicitou um financiamento, sem colateral de petróleo, para a construção de raiz de uma grande base aérea militar para a Força Aérea Nacional, aproveitando as capacidades existentes da empresa chinesa AVIC, que acabou de construir com sucesso o Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, em Luanda.

    Ao ser financiado, defendeu o Presidente, seria o primeiro projeto de uma grande infraestrutura militar, que deixará o nome da China ligado à defesa e segurança de Angola.

    Vale a pena notar que, noutro contexto, os Estados Unidos expressaram a sua preocupação pelo facto da China estar a financiar infra-estruturas militares em África.

    “Gostaríamos igualmente de ver a possibilidade de se conseguir financiamento à nossa empresa pública SONANGOL ou à empresa privada chinesa que queira entrar como acionista na refinaria de petróleo do Lobito e indústria petroquímica a ela associada”, expressou João Lourenço de acordo com a ANGOP.

    Noutro domínio, disse que Angola gostaria de ver a possibilidade de financiamento do projeto de construção do Metro de Superfície, por uma empresa chinesa, para ligar Cacuaco ao Benfica, passando pela Baixa de Luanda.

    Segundo o Presidente, Luanda está com uma população estimada em 12 milhões de habitantes e, como era de esperar, com graves problemas de mobilidade urbana.

    “Qualquer um destes dois projectos, digamos civis, é autossustentado, não constituindo, por isso, qualquer constrangimento no seu reembolso e no serviço da dívida do país”, disse, sublinhando que os angolanos estão bastante agradecidos “por toda a compreensão e abertura que encontrámos da parte das autoridades governamentais, bancos e instituições de crédito, assim como de muitas empresas empreiteiras e investidoras com quem tiveram já a oportunidade de trabalhar durante a missão em Beijing.

    Noutra parte da sua intervenção, disse que as relações entre os dois países remontam há 41 anos, e desde então elas vêm crescendo e fortalecendo-se, embora reconheça existir ainda um grande potencial por se explorar, sobretudo num momento em que Angola realiza um conjunto de reformas que têm vindo a melhorar o ambiente de negócios ajustando-o às boas práticas internacionais.

    Realçou que esta sua visita de Estado à China tem como objetivo, entre outros, o de agradecer todo o apoio prestado a Angola pela China nos momentos mais difíceis, em particular nos anos imediatos ao fim do longo e destruidor conflito armado.

    Sustentou que, com essa ajuda, foi dado o impulso principal na reconstrução de estradas, pontes, caminhos de ferro, portos e aeroportos, assim como na construção de raiz das maiores infra-estruturas, como o Aeroporto Internacional Agostinho Neto, já concluído, assim como a barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça e o Porto do Caio, em Cabinda, ambas ainda em fase de construção, cujas obras gostaria de ver concluídas dentro dos prazos acordados.

    Encorajou, igualmente, a aposta na indústria de produção de sílica cristalina para células fotovoltaicas, indústria petroquímica para a produção em grande escala de amónia, ureia e outros produtos.

    Por outro lado, o estadista angolano saudou as iniciativas diversas lançadas pelo Presidente Xi Jinping focadas na segurança internacional, no desenvolvimento sustentável da humanidade e no respeito da diversidade das civilizações, afirmando que a China é um parceiro incontornável com o qual pretende ampliar a parceria estratégica.

    Apontou que as mesmas estão relacionadas com a segurança global, para o desenvolvimento global e para a civilização global, princípios e valores comuns a China e a Angola, de alcance universal como a resolução pacífica dos conflitos através do diálogo inclusivo.

    Lembrou que o Executivo angolano tem se empenhado também na resolução dos conflitos que assolam vários países do continente africano, sublinhado que pretende partilhar a esse respeito os resultados alcançados bem como perspectivas quanto ao tratamento e resolução definitiva dos mesmos.

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    FonteANGOP

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