A mais antiga sonda enviada para Marte não dá sinais de vida desde 10 de Junho, após uma tempestade no planeta. A NASA teme que não volte a acordar. Ou que, se regressar à vida, já não seja a mesma.
Há poucos dias, durante o mais longo eclipse lunar dos próximos 105 anos, um outro fenómeno acrescentou um bónus à observação nocturna: Marte esteve mais perto do que alguma vez se viu nos últimos 15 anos. A última vez que o nosso planeta vizinho tinha estado tão perto de nós foi em 2003, quando a NASA, a agência espacial norte-americana, aproveitou a ocasião para enviar a sonda Opportunity para a superfície marciana com a missão de estudar a superfície de Marte. A sonda Opportunity estava pensada para viver apenas durante 90 dias marcianos, mas manteve-se tão bem de saúde que a NASA ainda não a reformou. Agora, mais de 15 anos após o início da missão, a vida do Opportunity está em causa. E a agência teme que seja o fim da mais antiga sonda espacial alguma vez enviada para o planeta.
Os primeiros sinais de que alguma coisa não estava bem chegaram algures entre 30 de maio e 6 de Junho, desvenda o diário de bordo que a NASA mantém da sonda e que publica através de um blogue gerido pelo Laborotário de Propulsão a Jato (JPL). Nesse intervalo, a agência espacial norte-americana notou que “uma tempestade de poeira regional está a afectar o Opportunity”: “A primeira indicação de uma tempestade de poeira a 621,37 milhas (1.000 quilómetros) do Opportunity foi recebida na noite de sexta-feira”, depois de o Mars Reconnaissance Orbiter — uma máquina que órbita o planeta em busca de sinais da existência de água no passado marciano — ter encontrado sinais de “uma tempestade persistente, mas ainda muito distante” que estava a “afectar a opacidade atmosférica no local” onde o rover estava. (Observador)
por Marta Leite Ferreira