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    MBanza Kongo Património Mundial da Humanidade ou do contrabando?

    Contrabando é sinal de irregularidade. É uma violação grosseira às normas sociais e económicas que regem os Estados. O centro histórico de MBanza Kongo, declarado a 8 de Julho de 2017, pela Unesco, como património mundial da Humanidade, confere à região e em particular à província do Zaire, um estatuto especial, que é necessário valorizar em todos os sentidos. É um local de devoção cultural, que a todos os angolanos deve orgulhar.

    Infelizmente não é o que acontece naquele mítico município de Angola, que é MBanza Kongo, especificamente a localidade do Luvo, onde se desenvolvem actividades comerciais ilícitas e só alguma de carácter formal, que beliscam a sua condição de território, de visibilidade e pertença universal.

    O improvisado mercado de fronteira, onde o comércio ilegal se desenvolve de forma muito precária, com tamanha intensidade está a causar incómodos, às relações com a vizinha República Democrática do Congo.

    Todos os dias, as autoridades angolanas são confrontadas com o fenómeno do contrabando de combustível, de moeda, de droga, de produtos da cesta básica importados, que configuram situações de crime organizado, de difícil contenção.

    A operacionalização do tráfico é feita por embarcações, camiões e veículos ligeiros, que dos dois lados alimentam frequentemente situações ilícitas e de carácter criminal, no posto fronteiriço do Luvo, uma localidade classificada de importância comercial, com a vizinha República Democrática do Congo.

    Numa situação normal este mercado de transição deveria transformar-se na principal montra das potencialidades agroindustriais de cada país, e permitir sinergias em ambos os lados.

    Infelizmente o que se observa no local é o improviso, traduzido na concentração e comercialização precária de produtos industrializados, muitos deles de qualidade duvidosa, que, mercadores, essencialmente liderados por oeste africanos, presos a cartéis de negócios, por essas vias, conseguem penetrar no mercado angolano, dominando como reis e senhores o comércio geral no país.

    Alguns dos seus produtos, de qualidade duvidosa, aparecem nos nossos mercados, por engenharias ilegais, nomeadamente circuitos de facilitação nos postos de controlo onde impera a lei da gasosa e outras transgressões administrativas paralelas.

    O Luvo, famoso pelo seu intenso movimento de trocas comerciais deve ser requalificado na perspectiva de um relacionamento sadio entre dois países e numa balança comercial que dignifique e gere valor acrescentado nos dois lados. É o mais íntimo desejo de vizinhança saudável, baseado nas leis sagradas da convivência humana, que o pensamento das gentes de MBanza Kongo, subscreve com letras maiúsculas.

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