O mês de Agosto terá sido um mês muito rico em termos de produção de matéria para muita bibliografia nacional de ordem política, social e até económica porque a realidade nacional é, sem dúvidas, influenciada pelas decisões e movimentações no partido que compõe o Governo, neste contexto cá estamos para desbloquear e apresentar o nosso ponto de vista sobre os últimos acontecimentos.
Foi muito clara a mensagem do Presidente do Partido MPLA no que respeita à necessidade de existência de verdadeiros empresários que incorporem as vestes de um homem de negócios, sério e comprometido com a rentabilidade e liquidez das companhias, em comportar proveitos para pagar custos e ainda, por fim manter a busca pelo lucro sem descorar a vertente social.
Da mesma forma, ficou claro que o país não precisa, para mais nesta altura de crise de receitas em divisas e restruturação das prioridades financeiras a nível do investimento público e privado, aqueles pseudoempresários que se esquivem de produzir o que de facto o país precisa e utilizem os fundos do Estado e do próprio sistema financeiro para fins adversos.
Pensamos que a conjuntura económica mundial tem dado a maior aula à nossa governação mostrando que uma economia aberta como a nossa não consegue manter-se apenas pelo esforço do Estado e que todas as grandes empresas antes foram pequenas, sendo que muitas pequenas empresas criam muitos empregos e produzem o suficiente para qualquer nação alcançar a autossuficiência.
As pequenas empresas precisam de empresários com paciência e conhecedores dos negócios a que se proponham em levar avante, crescendo eles mesmos com as empresas, projectos sérios e neste processo umas serão mais fortes do que outras. Naturalmente as mais fracas serão absorvidas pelas mais fortes e estas deverão ganhar músculo para exportar e levar a entrada de divisas para manter constante o fluxo de importações necessárias.
As preocupações financeiras e económicas abordadas no VII Congresso do MPLA foram claramente ilustrativas que existe uma preocupação do Partido que compõe o Governo, em contemplar os anseios das populações por via de uma redirecionada política de investimento público e apoio ao investimento privado.
Somos por este móvito levados e entender que o Governo deverá reforçar a tendência de diversificar a economia por meio da criação de linhas de produção de bens essenciais para o mercado interno, sendo também apetecíveis no estrangeiro. A indústria petrolífera deverá ser reposicionada por forma a optimizar os seus custos e estender o seu caudal de divisas para apoiar mais e melhor os outros sectores para que estes cresçam, pelo que ainda é requerido um esforço primário de importações.
Desenganem-se aqueles que pensam que apenas a partir de 2017 a máquina governamental irá carburar no sentido do crescimento económico, (aumento da renda e do poder de compra de cada angolano) porque a importância que não só o MPLA (no seu VII Congresso), mas toda opinião pública nacional e internacional confere à urgência do empresariado nacional em ganhar a capacidade de substituir as importações, reduzir importância mais do que excessiva do petróleo na nossa economia é incontornável.
É notória, ainda que hajam vozes discordantes, a necessidade de um orçamento retificativo (e fazendo um paralelismo com a geografia portuguesa que devido a recapitalização do seu banco público haverá necessidade de um orçamento retificativo)para redefinir,de acordo com a nova conjuntura económica, às políticas de investimento público e apoio ao investimento privado.
Neste contexto, o Estado terá de fazer os investimentos públicos essenciais, elegendo como básico e primordial a aplicação de divisas em sectores muito específicos, para que a economia não deixe de prover os bens públicos que ainda não são produzidos internamente.