Vitórias eleitorais nas presidenciais de Peter Muttharika, no Malawi, e do antigo comandante do Exército e homem forte do Egipto, marechal Abdel Fatah al Sissi, e o julgamento domingo, pela primeira vez, com advogado constituído , de Seif al Islam Kadhafi, filho do líbio Muammar Kadhafi, são entre outras, as notas marcantes da resenha noticiosa africana da semana.
Homem forte do Egipto, marechal Al sissi, eleito Chefe de Estado (Foto: Ho)
Assim, o antigo ministro dos Negócios estrangeiros do Malawi, Peter Mutharika ganhou as eleições presidenciais , realizadas em 20 de Maio, com 36,4% dos votos, derrotando a actual cchefe de Estado, Joyce Banda, que ficou em terceiro, com 20,2% dos votos, anunciou sexta-feira a Comissão Eleitoral Malawí.
Mutharika, que é irmão do ex-presidente Bingu wa Mutharika, falecido em 2012, superou também Lazarus Chakwera, candidato do partido do ex-ditador Kamazu Banda, que obteve 27,8%.
Outro vencedor presidente eleito, nesta semana, é o marechal Abdel Fatah al-Sissi, que venceu o pleito com 96% dos votos, legitimando o poder do exército no país 11 meses depois da destituição do único presidente civil da história do Egipto, o islamista Mohamed Morsi.
A vitória de Al Sissi era mais que esperada num país em que as vozes dissidentes foram reprimidas e os opositores são julgados e detidos. Mas a votação registou um índice de abstenção superior a 50%, sendo os apoiantes de Morsi as primeiras vítimas da repressão implacável comandada pelo marechal, que causou mais de mil e 400 mortos e quase 15 mil detidos.
A resenha do noticiário africano passa também na Líbia, onde Seif al Islam Kadafi, filho do guia líbio Muammar Kadhafi, comparece domingo, pela primeira vez, a uma audiência de julgamento com um advogado de defesa, disse neste sábado, à Agência EFE uma fonte do escritório do procurador-geral, Al Sadiq al Sul.
O Al Sadiq, procurador no caso de Seif al Islam e de outros 36 antigos responsáveis da Líbia, disse que o filho do líder líbio comparecerá com um advogado de nacionalidade líbia, cuja identidade não foi revelada.
Seif al Islam já participou em duas audiências anteriores sem defesa e através de um circuito fechado de televisão, já que o processo corre em Trípoli e ele está preso na cidade de Zintan, 150 quilómetros ao sudoeste da capital líbia.
Foi também matéria de interesse noticioso da semana em balanço, o descarrilamento terça-feira de um comboio da companhia mineira Vale-Moçambique, transportando duas mil toneladas de carvão mineral para o Porto da Beira, na linha de Sena, na zona de Chafundira, distrito de Mutarara, na província deTete.
Em consequência deste acidente, segundo o jornal “Notícias” na sua edição de quinta-
feira, 32 dos 42 vagões da composição tombaram completamente, obrigando à
interrupção do tráfego.
Para permitir uma rápida reabertura do troço, o director da Brigada de Reconstrução da
Linha de Sena, Elias Xai-Xai, já se encontra no terreno a dirigir pessoalmente a acção de emergência, esperando-se que a via seja reposta o mais cedo possível.
Ainda sobre a semana, o conflito centro-africano continua ter um lugar cativo, nos mass media mundiais, desta vez, três pessoas foram mortas, em Bangui , a capital do país, e várias outras feridas sexta-feira durante manifestações para exigir o fim da presidência de transição na República Centro-Africana e a saída das tropas do Burundi, que fazem parte da força africana.
As forças francesa “Sangaris” e africana “Misca”, mobilizadas na capital centro-africana,
alertaram que “reagirão com grande determinação contra qualquer ataque a seus soldados ou ameaça contra os habitantes da capital” segundo num comunicado divulgado.
A presidente interina da República Centro-Africana, Catherine Samba Panza, denunciou
sexta-feira “uma situação de guerrilha urbana”, ocasionando que membros do
Gabinete receberam a ordem de não sair de suas casas sexta-feira.
Num outro prisma, a semana registou com agrado o depósito, quinta-feira, da candidatura à Presidência de Moçambique, do candidato do partido no poder, a FRELIMO, Filipe Nyusi, actuam ministro da Defesa, no Conselho Constitucional (CC), na capital do país, Maputo.
A submissão da candidatura de Nyusi, às presidenciais de 15 de Outubro próximo, foi feita pela mandatária da FRELIMO, Verónica Macamo, num acto dirigido pelo presidente do CC, Hermenegildo Gamito. Na ocasião e em estreita observância da Lei Eleitoral, Macamo também apresentou um conjunto de documentos identitários de Nyusi, bem como 20 mil assinaturas de cidadãos moçambicanos eleitores.
Ainda no período em balanço, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), agendou uma cimeira extraordinária consagrada às questões de interesse comum e à situação de segurança prevalecente no norte do Mali e da Nigéria.
O presidente da Comissão da CEDEAO, Kadré Désiré Ouédraogo, vai apresentar um memorando sobre a situação da região.
Pela negativa registou a resenha africana , a proibição pelos serviços secretos sudaneses da cobertura pelos órgãos de comunicação sudaneses do julgamento da direcção do jornal independente Al-Saynah (que significa protesto) por este último ter publicado reportagens consideradas como “ameaças ao segurança do Estado”.
Esta proibição provém do procurador Yassir Ahmed Mohamed que a justifica pela necessidade de evitar influências no processo judicial e nos interrogatórios. Quarta-feira última, os serviços de segurança do Estado detiveram o chefe de redacção deste diário, Tayeb Mustafa, tendo revistado as suas instalações e confiscado documentos descobertos no local.
Também pela negativa, homens suspeitos de pertencer ao grupo terrorista Boko Haram raptaram dois emires (sobas) no Estado de Borno, no norte da Nigéria, noticiou nesta sexta-feira a imprensa local.
Os emires de Uba, Ismaila Mamza, e de Gwoza, Idrisa Timta, foram raptados de manhã por homens armados quando se deslocavam à Gomba para assistir às exéquias do emir Shebu Abubakar, indica o jornal “Premium Times”.
O Governo estadual ainda não comentou este duplo rapto, ocorrido no 46º dia do sequestro de mais de 200 alunas pela seita Boko Haram.
A síntese destaca também a notícia sobre uma vacina oral que se mostrou eficaz no combate à cólera em 86% dos casos, durante uma epidemia na Guiné, segundo um relatório publicado quarta-feira na revista New England Journal of Medicine (NEJM).
O estudo, conduzido pelo centro de pesquisas dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) e pelo Ministério da Saúde da Guiné, é o primeiro a mostrar que a vacina oral contra a cólera oferece uma rápida protecção e poderá ser uma ajuda para controlar futuros surtos.
Francisco Luquero, investigador principal do estudo, disse ao comentar o facto que por nunca ter sido documentado a eficácia desta nova vacina em condições epidémicas reais, não se tinha informações suficientes para compreender o potencial desta vacina como ferramenta de controlo em surtos de cólera.
Por outro lado, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) renovou quinta-feira o mandato do Gabinete Integrado para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) por mais seis meses.
Inicialmente, previa-se um período de três meses, mas alguns membros pediram renovação por um ano, com um balanço no primeiro trimestre de 2015, conforme recomendava o secretário-geral no seu último relatório. (portalangop.co.ao)
