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    UNITA confirma “grande manifestação”

    A UNITA, maior partido da oposição em Angola, anunciou hoje que realiza no sábado em Luanda uma “grande manifestação” em defesa de eleições “livres, justas e transparentes e pela legalidade”.

    O anúncio foi feito em conferência de imprensa, em Luanda, pelo porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala, que acrescentou que noutras cidades angolanas se realizam idênticas iniciativas.

    Sakala sublinhou que a manifestação está autorizada pelas autoridades.

    A Agência Lusa contactou o segundo comandante da polícia nacional, Paulo Almeida, que confirmou que as autoridades policiais darão o apoio necessário para a realização da manifestação, convocada pela UNITA para protestar contra a “forma ilegal” como a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) está a organizar o escrutínio de dia 31.

    A conferência de imprensa começou com a leitura de um texto de nove páginas, de reação às declarações feitas na quinta-feira pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, em que erma classificadas como “infundadas” as alegações de ilegalidade levantadas pela UNITA.

    “Ouvimos com muita apreensão as declarações da porta-voz da CNE relativas ao Memorando Sobre os Vícios e Desvios à Lei Que Enfermam o Processo Eleitoral, que a UNITA apresentou no passado dia 17”, disse Alcides Sakala.

    “Ainda não recebemos a resposta oficial da CNE, que nos é devida. Esperamos, assim, que a todo o momento ela nos chegue. Tão logo a recebamos, faremos uma comunicação aos angolanos”, acentuou.

    Nas críticas que voltou a dirigir à CNE, o porta-voz da UNITA destacou que no processo de seleção e recrutamento dos eleitores que vão trabalhar nas mesas de voto “a grande maioria” foi indicada a partir de listas dos denominados Comités de Ação do Partido, do MPLA, formação política no poder.

    Noutro passo da sua intervenção, Sakala denunciou a “existência de pessoal estranho à CNE a dirigir e a controlar os centros de escrutínio”.

    “Mencionamos especificamente o brigadeiro Rogério Saraiva, ligado à Casa Militar do Presidente da República. É uma das pessoas que concretizou a fraude informática em 2008”, ano de eleições legislativas, em que o MPLA obteve mais de 80 por cento dos votos válidos, enquanto a UNITA se ficou pelos 10 por cento.

    Por outro lado, Sakala denunciou o facto de o Governo angolano, através das suas embaixadas, estar a “negar” a emissão de vistos a observadores estrangeiros.

    “Assim, em defesa de eleições livres, justas, transparentes e pela legalidade, os angolanos são chamados em todo o país a participar numa manifestação pacífica para exigir a todos o estrito cumprimento da lei”, frisou.

    A manifestação na capital angolana tem o início marcado para as 13:00 (mesma hora em Lisboa), no Largo da Família, junto à Praça da Independência, palco de manifestações e protestos contra o regime em várias ocasiões de 2011 e já este ano.

    No período de perguntas e respostas, Alcides Sakala disse que a iniciativa do partido do “Galo Negro” estava já devidamente autorizada pelo Governo Provincial de Luanda.

    A Lusa contactou o segundo comandante da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo Almeida, que assegurou o reforço de medidas policiais e de segurança no sábado, dia em que estão agendadas várias manifestações de rua, designadamente da UNITA, para evitar incidentes.

    “Temos conhecimento que algumas pessoas estão a aproveitar-se da manifestação da UNITA para criar desmandos”, concluiu aquele oficial da polícia angolana.

    Instado sobre a eventualidade de a UNITA boicotar as eleições gerais do dia 31, caso a CNE mantenha, na comunicação oficial que vai enviar, Alcides Sakala enfatizou: “Nós não vamos boicotar as eleições. Quereremos é que elas se façam nos termos da lei”.

    Quanto à garantia proferida no passado sábado à Lusa pelo primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Bento, de que iria ser organizada uma contramanifestação, Sakala disse não acreditar que esse anúncio se concretize, mas que se for para a frente será uma “arruaça” e uma “provocação”.

    Acerca do que fará a UNITA até ao dia das eleições, Alcides Sakala preferiu não entrar em pormenores.

    “Não falamos dos próximos passos ainda. Vamos anunciar nos próximos dias. Temos uma estratégia bem definida de acordo com o nosso programa político. Tudo para reforçarmos a paz, a democracia a transparência e, sobretudo, darmos início a um processo que conduza à cultura do respeito e da lei”, concluiu.

    FONTE: Lusa

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