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    Sudão: Violentos combates e dimensão étnica preocupam ONU

    Os combates foram violentos em Cartum na terça-feira, 27 de Junho, entre as forças armadas e as forças paramilitares de Apoio Rápido, durante o período da festa muçulmana, Eid al-Adha.

    Na capital sudanesa, os combates entre as forças armadas, lideradas por Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças paramilitares de Apoio Rápido, chefiadas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por “Hemedti”, estão principalmente localizados nas bases militares.

    As Forças paramilitares de Apoio Rápido ocupam bairros residenciais e as forças armadas não conseguiram desalojar os adversários, isto apesar de controlarem o espaço aéreo.

    Há vários dias que as Forças paramilitares de Apoio Rápido tentam apoderar-se das últimas bases militares da capital, elas que já ocupam o quartel general da polícia na cidade. Os homens de Mohamed Hamdan Dagalo têm agora acesso a um armamento importante para alcançar o principal objectivo: controlar a capital do país.

    De notar que, apesar dos combates, milhões de pessoas ainda estão em Cartum apesar dos confrontos armados.

    Os dois líderes abordaram a situação na terça-feira, durante o período da festa muçulmana do Eid al-Adha.

    O general Abdel Fattah al-Burhan apelou a todos os jovens sudaneses a ingressarem nas forças armadas do país.

    Quanto a Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por “Hemedti”, preferiu responder à ONU e à Troika – composta por Noruega, Estados Unidos e Grã-bretanha – que afirmaram haver crimes contra a humanidade na guerra, e crimes étnicos no Darfur com responsabilidades atribuídas essencialmente às Forças paramilitares de Apoio Rápido e aos seus aliados.

    Para o líder dessa força, haverá inquéritos e aqueles que cometeram crimes vão ser investigados, como já tem acontecido com certos membros indisciplinados das forças paramilitares que estão já a ser julgados.

    De notar que Abdel Fattah al-Burhan, líder das forças armadas, denunciou um genocídio contra as etnias não árabes no Darfur.

    Recorde-se que na terça-feira, relatos de assassinatos arbitrários de minorias não-árabes na região do Darfur foram denunciados e recolhidos pela ONU.

    Em 2003, sob a ditadura de Omar al-Bashir, as milícias árabes, os Janjawids, e os confrontos que se seguiram terão feito 300 mil mortos. Um dos Janjawids mais conhecido é Mohamed Hamdan Dagalo, líder agora das Forças paramilitares de Apoio Rápido.

    Relatos confirmados por médicos no Chade, onde chegaram os refugiados, constataram que feridos foram visados e não foram balas perdidas que atingiram essas pessoas.

    A conselheira especial da ONU no que diz respeito à prevenção dos genocídios, Alice Nderitu, está preocupada nestes casos que se aproximam cada vez mais de uma campanha de violações, de assassinatos e de limpeza étnica no Sudão.

    De notar que o Tribunal Penal Internacional ainda está a investigar crimes cometidos no Darfur no início dos anos 2000 ‘sem data de fim definida’ segundo Emma DiNapoli, advogada em direito internacional humanitário. No entanto, as pessoas julgadas pelo TPI, nos casos de 2003, nunca foram entregues à justiça internacional por Cartum e muitos até já conseguiram fugir das prisões onde estavam.

    Por Marco Martins

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    FonteRFI

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