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    SSP – O regresso dos que nunca foram

    Foi, exactamente, isso que aconteceu na última quinta-feira à noite, na Baía de Luanda, onde mais de 15 mil fãs expressaram emoção no show de aniversário de carreira dos SSP. Foi uma noite de regresso em grande estilo do quarteto formado por Kudy, Big Nelo, Paul G e Jeff Brown.

    O show, o quarto depois de o grupo ter sido desfeito há mais de uma década, foi uma viagem ao passado, com espectadores de vários extractos sociais, que partilharam a mesma emoção, sem complexos.

    Apesar das diferenças de status social, todos recordaram e vibraram com os sucessos da maior “boy bands” de Angola e uma das mais referenciadas da lusofonia. Mesmo sem a frescura física do passado, não faltaram as danças sincronizadas e inclusive acrobacias, tal e qual como faziam no passado, numa cópia fiel das actuações nas décadas anteriores, numa altura em que lutavam pela aceitação do Rap na sociedade.

    O ponto negativo do evento foi a má qualidade do som, que várias vezes falhou, além dos constantes ruídos. O sistema sonoro não foi devidamente distribuído, deixando uma parte do recinto, durante muito tempo, inaudível. Se o som foi o ponto baixo, o público foi o ponto alto. Os espectadores estiveram quase ao mesmo nível que os artistas e em alguns casos melhores, particularmente na interpretação das músicas.

    Mostraram-se mais conhecedores das letras do que os autores e provaram que são se fãs fieis ao grupo, apesar da longa ausência. O palco foi montado à medida das “lendas”, com espaço suficiente para as coreografias que marcaram a existência do grupo, diferente das luzes que não reflectiram a dimensão do show.

    Mas isso não foram obstáculo para o esperado sucesso. A emoção “falou mais alto”. Os aspectos técnicos foram ignorados pelo público, ávido de ouvir os sucessos do grupo, particularmente os dos anos 90.

    Os fãs dançaram, cantaram, filmaram os momentos para prosperidade e deixaram a Baía satisfeitos com o que viram. O concerto estava agendado para às 21h00 e quando chegou a hora o palco continuava vazio. Vinte minutos depois do previsto foi anunciada a entrada do quarteto e os espectadores entraram em delírio.

    Foram recebidos com gritos, palmas e choros de emoção. Trajados de fatos brancos e óculos de sol, o quarteto “abriu” com a música “SSP não pode parar”, seguindo-se Luta pelo teu amor”, “Etu Mwangola”, “Punidores da Fofoca”, registando-se nesta última a entrada dos primeiros convidados (Kool Klever e Gansta D), antigos integrantes do extinto grupo de Rap GC Unity.

    Músicas como “Eu sei que um dia vou te amar”, “Te quero”, “Amar sem ser amado”, “tem cuidado” e “Miúda” antecederam a entrada de Ary, segunda convidada, que interpretou o coro da música “Sempre que o amor me quiser”, cuja versão original é cantada pela portuguesa Lena d’Água.

    Guto foi o convidado especial, o antigo integrante dos Black Company foi o único a cantar as suas próprias músicas ou do seu extinto grupo. Começou com um clássico do Rap lusófono “Ser Negro”, passou por “Gina” e encerrou a sua presença com “Dinero”.

    Enquanto esteve no palco, o quarteto foi ao camarim. No regresso ao Palco, os quatro surgiram de trajes diferentes, exibindo fatos de treinos preto e mais “soltos” para dança, com Big Nelo a recordar os tempos em que era dançarino.

    Fabious, Pérola, Heavy C, Yuri da Cunha, Bruna e Jay Lourenzo também subiram ao palco, abrilhantando a festa dos seus ídolos de outrora, como eles mesmo reconheceram.

    Duas horas e vinte minutos não foram suficientes para passar, na totalidade, pelos quatro discos do grupo (99% de Amor, Odisseia, Alfa, Amor e ódio), soube a pouco.

    Os fãs queriam mais, mas o espectáculo não poderia ser “eterno”. No entanto, o grupo, tendo em conta o que se viu na noite de quinta-feira, caminha para a “eternidade”.

    Apesar da ausência em palcos eles continuam aí, nunca foram.

    Discografia 99% De Amor Fruto de um contrato com a editora Vidisco, em 1996 do os SSP gravaram o 1º trabalho discográfico intitulado 99 % De AMOR, que apresenta um novo e original som, caracterizado pela fusão de ritmos, tornando-se no primeiro grupo de Rap a lançar um álbum.

    Odisseia Dois anos depois (1998) surgiu o segundo, ajudando o grupo a fazer a transição para o mercado internacional, fazendo sucesso em todos os países de língua portuguesa e não só, com destaque para Portugal onde conquistaram o disco de prata.

    Alfa Em 2000, mais maduros, lançam o disco “Alfa”, com participações de peso, como foram os casos de Lena d’Água, Guto, African Voices e Boss AC.

    No mesmo ano realizam o seu primeiro grande espectáculo, lotando o pavilhão da Cidadela. Amor e Ódio Com apenas Big Nelo e Jeff Brown (Cudy a estudar no estrangeiro e Paul G optando pela carreira a solo), os SSP gravaram o quarto disco em Portugal e Brasil. Um trabalho com varias sonoridades e fusões musicais, que mostrou uma vez mais o talento e maturidade, num álbum que contou com a participação do brasileiro Djavan.

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