Os hábitos e costumes da cultura ovimbundo, com realce para a exibição de danças e canções do estilo olundongo, acompanhadas ao ritmo do batuque, estiveram em evidência, este domingo, na recepção do primeiro comboio de luxo, na província do Huambo, que proporcionou aos visitantes um autêntico “banho de multidão”.
Apesar da locomotiva luxuosa, com 56 turistas de várias nacionalidades a bordo, ter chegado somente às 18h00 na estação ferroviária da cidade do Huambo, milhares de cidadão deslocaram-se desde muito cedo ao local, para dar as boas-vindas aos visitantes, num ambiente festivo e de muito entusiasmo.
De acordo com a Angop, grupos de danças tradicionais com trajes ousadas e confeccionadas com tecido samakaka, características desta região, para eventos do género, bem como a exibição de palhaços (homens mascarados), localmente conhecidos por “ovinganjdi”, tiveram no evento outro momento importante.
Esta emoção e euforia, que dão razão ao então governador-geral de Angola, Vicente Ferreira, que pretendia fazer do Huambo a Nova Lisboa de Angola, pela hospitalidade da sua gente e potencialidades agro-turisticas que possui, foram antes vivenciadas nos municípios do Cachiungo e da Chicala-Cholohanga, as primeiras localidades por onde a locomotiva passou antes de chegar à sede da província.
A chegada na província do Huambo, comitiva, encabeçada pelo sul-africano Rohan Vos-Ceo, recebeu cumprimentos de cortesia da governadora da província, Joana Lina, seguido de um sarau, marcado com a exibição de um documentário de, aproximadamente, sete minutos, que mostrou aos visitantes as potencialidades arquitectónicas, turísticas, agro-pecuárias e histórico-culturais.
Aos turistas foi-lhes oferecido, pela governadora Joana Lina, peças de artesanatos, que espelham a identidade da cultura local.
A parte cultural do sarau coube aos músicos Manjasi, Cecy Tchavala e Bela Esanju, bem como o grupo coral da Igreja Metodista Unida, além de poesias escritas pelo fundador da Nação, António Agostinho Neto, entre as quais a intitulada “Havemos de Voltar”, bem como uma peça teatral do Grupo Vozes de África
Em breves declarações à imprensa, o proprietário da locomotiva, Rohan Vos-Ceo, agradeceu a hospitalidade do povo angolano, em particular da província do Huambo, pelos bons momentos culturais e recreativos que proporcionou aos turistas.
Para segunda-feira, último dia da permanência dos turistas no planalto central, o roteiro prevê locais histórico-culturais, largo Doutor António Agostinho Neto, junto ao Palácio do Governo e o jardim da Cultura, onde também serão agraciados com vários momentos culturais e desportivos.
Com destino à cidade do Lobito, província de Benguela, o comboio luxuoso do operador sul-africano Rovos Rail, com turistas sul-africanos, norte-americanos, ingleses, suíços, holandeses, australianos e neozelandeses, passou já passado pelas províncias angolanas do Moxico e Bié, ido de Dar Es Salaam, na Tanzânia, no âmbito de um safari de comboio transafricano, denominado “Os dois oceanos”.
Com uma extensão territorial de 35 mil e 771 quilómetros quadrados e uma população de dois milhões, 389 mil e 231 habitantes, o nome da província do Huambo deve-se ao mítico caçador Wambo Calunga, oriundo do Cuanza Sul, que habitava na localidade de Muangunja, no município da Caála.