Trio já levou à Justiça políticos e banqueiros.
Alguns dos principais megaprocessos em Portugal, nos últimos anos, tiveram sempre dois nomes associados. Rosário Teixeira, do Ministério Público, e Paulo Silva, da Autoridade Tributária. Em todos eles, os pedidos e decisões foram carimbados pelo juiz Carlos Alexandre. Um trio que levou à justiça muitos dos que, noutros tempos, se consideravam inalcançáveis.
Um ex-primeiro-ministro, deputados, banqueiros, figuras importantes da economia ou do futebol chegaram a ser considerados intocáveis, mas nos últimos anos foram presos, interrogados ou tiveram de responder em tribunal perante as suspeitas do Ministério Público.
As investigações de vários megaprocessos duraram anos e começaram sempre no edifício do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, agora com vista para a Polícia Judiciária.
No entanto, a vizinhança tem sido esquecida pelo procurador Rosário Teixeira, que prefere chamar para seu lado o inspetor tributário Paulo Silva.
Na mesma rua, a poucos metros, o juiz Carlos Alexandre foi dando luz verde ao longo dos anos aos mandados de busca e de detenção.
Paulo Silva vem de Braga, começou a colaborar com o DCIAP na Operação Furacão, em 2005. Desde então que, de forma discreta, investiga os crimes fiscais no país.
A dupla também já levou os mais ricos a pagarem milhões ao estado, mas nem sempre foram bem sucedidos.
A Operação Cartão Vermelho, que levou à detenção de Luís Filipe Vieira, é a mais recente investigação que junta, de novo, Rosário Teixeira, Paulo Silva e Carlos Alexandre.