Vivia-se uma calma precária esta quinta-feira na República Centro-Africana depois da operação de pacificação lançada pelas tropas francesas.
Num caótico dia de Natal, seis soldados do Chade foram mortos na capital em confrontos com milícias cristãs.
O arcebispo e o imã de Bangui apelaram ao envio “urgente” de ‘capacetes azuis’ para o terreno.
Por detrás do conflito religioso, esconde-se uma luta pelo controlo dos recursos naturais do país, rico em diamantes, ouro, madeira, urânio e, em menor escala, petróleo.
A população é a grande vítima dos combates que deixaram várias povoações desertas. Cristãos e muçulmanos fazem relatos atrozes da violência a que estão sujeitos.
Apoiados por guerrilheiros do Chade e do Sudão, os rebeldes Séléka tomaram o poder em março, depois do presidente chadiano ter retirado o apoio a François Bozizé.
A República Centro-Africana já foi palco de cinco golpes de Estado desde a independência em 1960. O transbordar dos conflitos nos vizinhos Chade, Sudão e República Democrática do Congo, arrasaram com o Estado de Direito na República Centro-Africana.
Extorsões e agressões tornaram-se parte da rotina diária num país que está à beira de uma guerra religiosa.
Para que não se repita um genocídio como o do Ruanda, em 1994, Marrocos vai enviar centenas de soldados e material militar para a República Centro-Africana, respondendo assim ao apelo das Nações Unidas. (euronews.com)