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    Relançamento da cooperação no centro da visita de governante luso

    O relançamento da cooperação entre Angola e Portugal estará no centro das atenções durante a visita que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros luso, Rui Machete, efectuará ao país de 14 a 16 do corrente, considera o analista político Luvualu de Carvalho.

    António Luvualu de Carvalho fala das relações Angola-Portugal (Foto: Pedro Parente)
    António Luvualu de Carvalho fala das relações Angola-Portugal (Foto: Pedro Parente)

    Ao comentar à Angop sobre a vinda a Angola do governante luso, o analista disse que esta deslocação servirá ainda, muito provavelmente, para abordar a questão da realização da Cimeira, que esteve inicialmente prevista para Fevereiro, mas que não chegou a ter lugar.

    “Acredito que servirá para que as autoridades portuguesas reafirmem o seu sentido de imparcialidade para com Angola, de uma diplomacia aberta, pura e a inexistência, neste momento, de algo que impeça as relações entre os dois Estados”, referiu.

    Acrescentou que, em Novembro de 2013, no auge do turbilhão gerado com a suspensão da parceria estratégica foi realizada uma conferência em Portugal pela Universidade Lusíadas de Lisboa, onde se referiu a necessidade de algum desanuviamento nestas questões.

    “Angola tinha razões objectivas para agir da maneira como agiu e nós continuamos a assistir a isso até aos dias de hoje, por se verificarem, muitas vezes, excessos na sociedade civil portuguesa, nomeadamente na comunicação social”, argumentou.

    Para si, neste momento, as questões foram esclarecidas e não existe nada de Estado para Estado, existindo pois algumas franjas da sociedade portuguesa que se dedicam a denegrir tudo que vem de Angola.

    “Lembro-me quando Angola foi eleita membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas surgiram, em Portugal, algumas vozes
    contrárias à eleição do país, que obteve um soberbo resultado eleitoral com 190 votos a favor, em 193 possíveis”, acrescentou.

    Nesta altura, ressaltou António Luvualo de Carvalho, para os dois países, em função do cenário de incerteza internacional com a baixa do preço de petróleo, só têm a beneficiar com a diversificação da sua economia e reanimação do parque industrial nacional.

    “Angola está, neste momento, a realizar o censo industrial do país e eu acredito que há muitas industrias em Portugal que nós poderíamos aproveitar, quer sejam frutíferas, agrícolas, de tecidos, calçados, entre outras, cuja experiência ajudaria na diversificação da nossa economia”, disse.

    De igual modo, fez alusão à indústria do turismo, uma vez que Angola tem um país potencialmente rico. “Nós temos visto que o Instituto Nacional do Fomento do Turismo tem feito um grande trabalho, bem como o ministério, de uma forma geral, e precisamos de mais empresários a investirem no sector”.

    No que toca a este aspecto, “sabemos que há em Portugal grandes empresários a trabalharem no sector do turismo e eles também podem ser muito bem-vindos a Angola, desde que sejam salvaguardados os interesse angolanos, e que os negócios sejam justos não só para Portugal como também para Angola”, argumentou.

    Por este motivo, considera que muito facilmente os dois países poderão trabalhar para encontrar áreas de parceria estratégica.

    De igual modo, fez menção ao sector das infra-estruturas pelo facto de o OGE, muito provavelmente, terá de merecer uma revisão, em função da baixa do preço do petróleo, cujo valor actualmente ronda os 69 dólares, quando o preço de referência do OGE é de 81, dando uma diferença de 11 ou 12 dólares de referência que irão condicionar muitos projectos da economia.

    Dai acreditar que a área das infra-estruturas e obras públicas será essencial e “nós sabemos que temos empresas portuguesas boas que trabalham na área e claro, se as coisas estiverem acertadas entre os Estados poderá existir áreas onde Angola poderá beneficiar e onde Portugal poderá beneficiar”.

    Ressaltou que é praticamente impossível que não existam problemas nas relações entre estados, uma vez que elas são regidas por altos e baixos.

    Com isso, acrescentou, o que tem de acontecer é a existência da razoabilidade e do bom senso, tanto do lado angolano como do lado português para que não existam excessos nas abordagens. (portalangop.co.ao)

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