O presidente do Grupo Parlamentar do PRS, Benedito Daniel, considerou nesta quinta-feira, em Luanda, fundamental que os debates mensais da Assembleia Nacional produzam recomendações e conclusões capazes de serem acatadas pelo Executivo.
Em declarações à imprensa, a propósito do debate sobre Políticas Nacionais do Ensino e Formação de Quadros, remarcado para 24 deste mês, Benedito Daniel disse que estas discussões devem ajudar as autoridades a corrigirem eventuais falhas nas suas políticas.
“O debate é importante e o PRS o considera pertinente. Mas esperamos que possa produzir conclusões e recomendações que sirvam ao Executivo e sejam acatadas, por forma a rectificar a estrutura do nosso sistema de ensino”, declarou.
Do seu ponto de vista, Angola tem bons quadros, mas ainda é necessário ajustar as políticas viradas à educação, para potenciar os técnicos formados a nível nacional, nos vários domínios.
“Quando se diz que não produzimos quadros de qualidade, isto pode não corresponder à realidade. O que é necessário é ajustar bem as políticas, para que possam compatibilizar com os quadros formados”, expressou.
Benedito Daniel encorajou o Executivo a estudar melhor a forma de absorção destes quadros e ver como pode melhorar o seu enquadramento no mercado de trabalho.
“É preciso ver quais são as empresas interessadas em absorver os quadros para fazerem os seus estágios. Os nossos universitários são basicamente mais teóricos do que práticos e isto não é problema do estudante apenas”, concluiu.
Por seu lado, o presidente do Grupo Parlamentar da FNLA, Lucas Ngonda, disse que a formação do homem é essencial para o crescimento do país, daí aplaudirem a escolha deste tema de debate.
“O homem é essencial e está em primeiro lugar. O nosso ensino, a partir da base, carece de uma reflexão profunda, para adaptar-se ao mundo”, referiu.
Lamentou o facto de até hoje “os diplomas produzidos por Angola não serem reconhecidos pela UNESCO” e reafirmou que o defeito está no ensino de base e secundário.
Para si, é importante definir sectores, competências e profissões, para que cada cidadão trabalhe com alguma dignidade.
“Esperamos que o debate saia com a pertinência que foi proposto”, comentou, a respeito da temática proposta pelo MPLA.
Afirmou que este debate sobre Ensino e Formação de Quadros é transversal e não tem a ver com qualquer partido político.
Na mesma senda, o presidente do Grupo Parlamentar da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, considerou pertinente o debate do dia 24 e disse que os deputados da sua formação estão prontos para a discussão.
“Nós temos que falar sim sobre as questões do ensino e política de quadros. É pertinente e a CASA-CE, no dia 24 como está agendado, virá esgrimir os seu argumentos de razão em volta da matéria”, concluiu.
À luz do artigo 115º, a Assembleia Nacional deve promover um debate mensal sobre um assunto de relevância nacional ou internacional.
Cada grupo parlamentar tem direito a propor um tema para debate, sendo que o primeiro realizado, sobre Criminalidade, foi proposto pela UNITA. (portalangop.co.ao)
