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    Programas estratégicos ajudam a reduzir a fome

     

    Titular do sector, Afonso Pedro Canga, quando discursava na abertura da conferência sobre agricultura familiar, realizada terça-feira, na capital angolana. (Foto: Contreiras Pipa)
    Titular do sector, Afonso Pedro Canga, quando discursava na abertura da conferência sobre agricultura familiar, realizada terça-feira, na capital angolana.
    (Foto: Contreiras Pipa)

    Ministro da Agricultura revela que a situação de insegurança alimentar no país atingiu níveis baixos graças às políticas públicas que estão a ser desenvolvidas pelo Executivo angolano desde o ano de 1990.

    As metas dos objectivos de desenvolvimento do milénio, em Angola, foram ultrapassadas antes do final do prazo (2015), graças às políticas públicas e à estratégia que está a ser empreendida pelo sector da agricultura. Dados indicam que o número de pessoas que viviam numa situação de insegurança alimentar reduziu no período 1990/1992 em cerca de 63,3 por cento (6,8 milhões pessoas) para 18 (3,9) em 2014, valor inferior à média de África que é de 23,3 por cento.

    “Isto significa, em termos relativos, uma diminuição de 73 por cento da população desnutrida, o que faz do nosso país um caso de sucesso, pois, ultrapassou, substancialmente, a meta dos objectivos de desenvolvimento do milénio antes do final de 2015”, afirmou, o ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, quando discursava na abertura da conferência sobre “Agricultura familiar e o seu contributo para a segurança alimentar sustentável”, que decorreu, recentemente, em Luanda.

    Peso da agricultura familiar

    No seu pronunciamento, o governante destacou o papel da agricultura familiar no processo, tendo revelado que este segmento continua a ser um potencial estimulador do desenvolvimento sustentável de outros sectores económicos do país, através da geração de emprego e do excedente que está a ser transformado e comercializado.

    Segundo avançou, as explorações agrícolas familiares, com um universo de mais de 2,5 milhões de famílias, são responsáveis por cerca de 80 por cento da produção de culturas alimentares básicas, designadamente cereais, raízes e leguminosas, assim como detêm os maiores efectivos de gado.

    Dada esta importância estratégica, o Executivo angolano disponibiliza 70 a 80 por cento do orçamento do sector agrícola, para garantir a materialização de diferentes projectos e acções, que além de apoiar as famílias camponesas também se destinam a operações das campanhas agrícolas, através do fornecimento de insumos (sementes, preparação de terras e fertilizantes), assistência técnica ao produtor, apoio à comercialização, crédito agrícola e vacinação do gado.

    “As nossas políticas visam criar condições para se viver no meio rural com dignidade”, sublinhou.

    Importância vital 

    Para Afonso Pedro Canga, a mulher rural está no centro da economia agrícola familiar, daí os governos, organizações internacionais, sociedade civil e sector privado trabalharem no sentido de procurar valorizar e dignificar este segmento importante na cadeia de produção.

    Por outro lado, o ministro da Agricultura entende que se deve prestar uma atenção especial à juventude do meio rural, com programas ligados à formação técnico-profissional, medida que vai contribuir para a sua inserção no processo produtivo.

    Sublinhou que as iniciativas devem também incorporar a formação em tecnologias modernas e infra-estruturas, programas que contribuirão para estimular e motivar os jovens a optarem pela agricultura e outras actividades afins.

    “O futuro da agricultura moderna dos nossos países depende da juventude”, salientou, depois de ter sustentado que “ o desenvolvimento da agricultura familiar e a segurança alimentar exigem uma união de esforços”.

    Cooperação

    No quadro da cooperação entre países e organizações internacionais, o ministro destacou, no seu discurso, que Angola está engajada na implementação do programa detalhado para o desenvolvimeto da agricultura africana (PDDAA), no âmbito do Nepad.

    A nível das organizações regionais, como a SADC, CEEAC e a CPLP, o titular da Agricultura revelou que estão em curso, trabalhos para que os instrumentos assinados e relacionados com a segurança alimentar e nutricional tenham uma aplicação prática e contribuam para a melhoria das condições de vida.

    FAO destaca avaoalcaados nluta contra a fome em Angola

    A directora-geral adjunta da FAO, Maria Helena Semedo, disse que Angola não tem poupado esforços para alcançar o desafio “Fome Zero” (primeiro objectivo do milénio).

    Ao discursar na conferência promovida pelo Ministério da Agricultura, a também coordenadora de recursos naturais, da agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, referiu que o país reduziu para metade a proporção de pessoas desnutridas em comparação com os índices verificados em 1990. Segundo frisou, a continuar nesse ritmo, Angola não está longe de alcançar o objectivo ainda mais ambicioso de reduzir para metade o número de pessoas desnutridas até 2015.

    “Temos plena consciência de que Angola ainda tem muitos desafios pela frente, que devem ser encarados no contexto das políticas, compromissos e metas assumidas pela União Africana”, disse.

    Neste sentido, destaca, medidas devem ser tomadas para potenciar a competitividade da agricultura familiar, através de politicas que garantam o acesso às áreas de cultivo, tecnologias, mercados e oportunidades de crédito.

    Sobre a parceria estratégica entre o Executivo angolano e a FAO, Maria Helena Semedo, sublinhou que existem vários projectos que estão a ser desenvolvidos em conjunto, com realce para a actualização e aceleração da implementação da estratégia e do plano nacional de segurança alimentar e nutricional, o desenvolvimento do programa nacional da agricultura familiar, com enfoque na mulher rural. A cooperação abarca também a implementação da estratégia de sustentabilidade de longo prazo da pesca e aquicultura. (jornaldeeconomia.ao)

    Por: Adérito Veloso

     

     

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