Maputo, – O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, distinguiu nesta quinta-feira, dia da celebração do 39.º aniversário da independência de Moçambique, vários estadistas africanos, pelo seu contributo para a libertação do país do colonialismo português.
No dia nacional de Moçambique, Guebuza distinguiu Kenneth Kaunda, primeiro Presidente da Zâmbia, 90 anos, Julius Nyerere (1922-1999), ex-Presidente da Tanzânia, Ahmed Bela (1918-2012), primeiro Presidente da Argélia, e Seretse Khama (1921-1980), primeiro Presidente do Botswana. Os dois primeiros emprestam já os seus nomes a duas das principais artérias de Maputo.
Armando Guebuza afirmou, durante as cerimónias oficiais, que Moçambique não recebeu ajuda daqueles estadistas e povos só porque a sua luta era e continua a ser justa nem por mera solidariedade, mas porque o apoio foi enquadrado “por princípios humanísticos superiores a todo o cálculo do imediatismo”.
“Ao galardoá-los com as insígnias de títulos honoríficos e condecorações, queremos que sirvam de exemplo para todos os moçambicanos pela coragem, coerência, dignidade e total dedicação à causa do nosso povo e da pátria moçambicana”, afirmou.
O Chefe de Estado moçambicano, que termina a 15 de Outubro o seu segundo e último mandato, distinguiu também a Academia de Ciências Policiais, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e a Unidade de Intervenção Rápida, pela criação de um ambiente propício ao desenvolvimento do país.
No discurso pronunciado hoje no dia nacional de Moçambique, Guebuza referiu-se a “muitos sucessos” em 39 anos de independência, realçando “a unidade nacional e os fundamentos de uma paz assente no diálogo”.
Moçambique vive o seu pior momento desde o Acordo Geral de Paz, assinado em 1992, entre Governo e Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), com o maior partido de oposição a desencadear acções militares quase diariamente na principal estrada do país, enquanto o Exército reforça posições na região da serra da Gorongosa, província de Sofala, onde se presume estar refugiado o líder do movimento, Afonso Dhlakama, que ameaça dividir o país em dois.
Na base das divergências está a reivindicação da Renamo de paridade nas forças armadas e a exigência do Governo de desarmamento do partido de oposição, o que conduziu a um impasse negocial.
O Presidente moçambicano destacou também, no seu discurso, o combate à pobreza, relacionando-o com a luta pela independência.
“Quando o moçambicano compara o antes e o depois da independência, conclui que valeu a pena lutarmos e persistirmos na luta pela nossa independência nacional”, declarou Guebuza, prometendo que Moçambique vencerá este “flagelo” como ultrapassou “a dominação estrangeira”.
“Como no passado, quando proclamávamos que a independência era o nosso direito inalienável, hoje sublinhamos que o direito de não ser pobre é nosso direito inalienável”, afirmou.
Moçambique tem previstas eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) para 15 de Outubro. (portalangop.co.ao)