Os primeiros dois anos da presidência de Jorge Carlos Fonseca em Cabo Verde são considerados pela maioria dos analistas como sendo bons e positivos.
Foi a 9 de setembro de 2011 que o jurisconsulto Jorge Carlos Fonseca tomou posse como Presidente de Cabo Verde, no seguimento da sua vitória na segunda volta das eleições presidenciais com 55 por cento dos votos frente a Manuel Inocêncio Sousa, que ficou pelos 45 por cento.
A 21 de agosto de 2011, os caboverdianos tinham votado em Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MPD, que meses antes tinha perdido eleições legislativas para o PAICV, que no novo escrutínio, via assim derrotado o seu candidato, Manuel Inocêncio Sousa.
Estava assim, quebrado o ritmo no país, de um governo, uma maioria parlamentar e um presidente do mesmo partido político.
Assim, há dois anos que Cabo Verde, tem uma equipa governamental apoiada pelo PAICV e um Presidente de cor política diferente próximo do MPD, na oposição, daí falar-se em coabitação política entre o Primeiro ministro e o Presidente da República.
Mas o Primeiro ministro caboverdiano, José Maria Neves, continua a dizer que não há coabitação política em Cabo Verde, já que o conceito corrente em França, não está explicitamente escrito na constituição caboverdiana.
Globalmente, as relações entre estas duas instituições do poder em Cabo Verde têm funcionado com base no respeito da constituição, apesar dalguma crispação registada em matéria de constitucionalidade dalguns diplomas, com o chefe de estado e o Primeiro ministro e seu governo defendendo visões diferentes.
Para o Politólogo e advogado caboverdiano, João Alvarenga, é normal essa divergência política, em democracia pluralista, sublinhando que Jorge Carlos Fonseca fez nesses dois anos, uma boa presidência. (portugues.rfi.fr)
Entrevista ao Politólogo caboverdiano João Alvarenga
Por João Matos
