O Presidente da República, João Lourenço, solicitou, em Nova Iorque, ao empresariado norte-americano a investir em Angola, no quadro das reformas do Executivo que tornam mais atractivo o ambiente de negócios no país, escreve a Angop.
Ao discursar nesta segunda-feira no Conselho de Relações Exteriores dos EUA, em Nova Iorque, o Estadista pediu para que os empresários norte-americanos invistam em áreas chaves da economia de Angola, para alavancar o desenvolvimento económico e social do país.
Apelou ao investimento privado americano na agricultura, pescas, construção de auto-estradas, exploração e transformação de minerais como os diamantes, ferro e ouro.
O apelo do Presidente João Lourenço estendeu-se em segmentos como o turismo, os concursos de concessão da gestão de portos, caminhos-de-ferro e aeroportos.
Informou que, em todo este processo, o país tem vindo a interagir com mais regularidade e a um nível consideravelmente mais alto com os EUA, tendo assinado vários instrumentos de cooperação nos domínios da Defesa, do Tesouro e da banca (Eximbank).
O Governo angolano, disse o Presidente, tomou também boa nota da estratégia da administração Trump para África, “em cujo contexto vemos muitos interesses comuns”.
Explicou que o Executivo angolano considera o aumento do investimento norte-americano em Angola como uma componente-chave dos seus esforços de reforma económica com vista à construção de uma nova Angola assente numa economia mais inclusiva e destinada a melhorar o bem-estar da grande maioria do seu povo.
“Estamos conscientes que os resultados das reformas em curso levarão ainda algum tempo a ser alcançados, mas acreditamos que, com o apoio dos nossos parceiros internacionais, em especial de países como os EUA, conseguiremos alcançar os objectivos almejados”, expressou.
Informou que, no âmbito da política de reestruturação da economia nacional, o Executivo tem desenvolvido também medidas de estabilização macroeconómica, que permitem a flexibilização da taxa de câmbio.
Aclarou que passou-se para um sistema de câmbio flutuante com a perspectiva de se reduzir a pressão exercida sobre as reservas internacionais líquidas, “a qual pretendemos manter a um nível que reforce a sua condição de importante indicador de confiança para o contínuo acesso do país ao mercado financeiro internacional”.
Indicou que o Executivo está aplicar estas medidas e outras que lhes estão associadas tomando como referência os resultados positivos que as mesmas produziram em outras economias com características similares a de Angola, com a intenção de se alcançar uma maior competitividade da moeda nacional, de se estimular a produção nacional e o investimento privado nacional e estrangeiro.
Explicou que está a ser feito um esforço de mudança por via do qual se pretende colocar o país, tão rapidamente quanto possível, no mesmo patamar em que se encontram as nações empenhadas em promover o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar dos seus povos, através de boas práticas de governação.
A esse respeito, notou que têm conseguido resultados significativos no processo de transformação do país, que se vem preparando a cada dia, para realizar os seus grandes interesses em articulação com os seus principais parceiros internacionais, de que fazem parte na primeira linha os EUA.
Colmatar défice nas relações Angola e EUA
Segundo o Presidente da República, apesar dos grandes avanços verificados no relacionamento político-diplomático entre Angola e os EUA, continua ainda existir um défice de conhecimento da parte norte-americana em relação ao programa que Governo angolano tem vindo a realizar”.
Para si, esta é uma oportunidade soberana para colmatar esse défice e falar sobre as medidas que o Executivo está adoptar para superar alguns vícios do passado.
No seu discurso, o Chefe de Estado lembrou que o programa de Governo que mereceu há dois anos a aprovação da grande maioria dos eleitores nas urnas tem vindo a ser implementado com resultados positivos.
Para a mais fácil implementação desse programa, disse, tem sido importante a colaboração construtiva de sectores públicos e privados e da sociedade civil angolana, que voltaram a acreditar que, através dele, os seus direitos e interesses podem ser defendidos e salvaguardados.
“Estamos a implementar um conjunto de medidas que se inscrevem num Plano do Executivo sobre o desenvolvimento de Angola, que assenta em alguns eixos fundamentais como o desenvolvimento económico sustentável, a boa governação, a integração regional e internacional, o desenvolvimento das infraestruturas”, sustentou.
Ressaltou que, para a sua concretização, torna-se necessário atrair investimento estrangeiro para a economia nacional, a fim de a diversificar, aumentar a produção interna e assegurar assim o aumento das exportações de bens diversos.