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    Portas compara José Magalhães e Ana Gomes à mosca que anda com as patas para cima

    (Fotografia © INÁCIO ROSA/LUSA)
    (Fotografia © INÁCIO ROSA/LUSA)

    A audição do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, na comissão de inquérito ao caso BES/GES ficou marcada por uma acesa troca de palavras.

    A questão dos submarinos voltou a ser abordada esta tarde, na comissão de inquérito ao caso BES/GES, onde o vice-primeiro-ministro foi ouvido. A sessão ficou, aliás, marcada por uma acesa troca de palavras entre Paulo Portas e o deputado socialista José Magalhães, que levou mesmo à intervenção de Fernando Negrão, deputado do PSD que preside esta comissão, pedindo que se mantivesse a “elevação” na troca de argumentos.

    “Daqui a 10 anos ainda está convencido dos seus próprios convencimentos. O senhor deputado é inacessível à racionalidade”, disse Paulo Portas a José Magalhães. “O Ministério Público investigou, os polícias verificaram, os peritos checaram, os procuradores escreveram o que entenderam, o juiz de instrução decidiu o que decidiu e o senhor deputado acha que o senhor deputado é que está certo. Mais a sua amiga Ana Gomes. Todo o resto do mundo está errado”, defendeu, para logo a seguir fazer uma comparação: “Faz-me lembrar aquela história que se contava, do Octavio Paz: que as moscas andavam todas com patas para baixo e depois há uma mosca que anda com as patas para o ar e acha, essa mosca que anda com as patas para o ar, que as outras moscas estão todas erradas e ela é que está certa“.

    Quando começou a ser questionado por José Magalhães sobre o caso dos submarinos, Paulo Portas respondeu: “voltamos à sua obsessão do costume que são os submarinos. O senhor deputado é deputado, não é polícia, nem investigador, nem procurador, nem juiz“.

    “Por isso, peço-lhe o respeito pelo bom nome de pessoas que foram absolvidas em tribunal”, acrescentou Portas face às considerações de José Magalhães acerca das escutas relacionadas com o processo de compra de dois submarinos por parte do Estado português durante o Governo de coligação PSD/CDS-PP liderado por Durão Barroso, no qual Portas era o ministro da Defesa.

    “Não há dúvida nenhuma de que o senhor é uma mente totalitária, porque quando a realidade não corresponde ao que pretende, altera a realidade”, atacou Portas.

    E acrescentou: “O senhor é igualzinho à doutora Ana Gomes [eurodeputada eleita pelo PS], porque se protege na imunidade parlamentar. A sua colega Ana Gomes fez muito pior, porque numa conversa que eu tive numa escuta inventou quatro palavras para tentar fazer uma teoria conspirativa. Chama-se a isso de fraude”.

    Confrontado com a acusação de José Magalhães de ter mantido no Parlamento uma “distância artificial” face ao Banco Espírito Santo (BES), o governante considerou que “o PS não tem razão e não tem autoridade”.

    De acordo com Portas, “nesta mesa há quatro partidos com empréstimos ao BES: PSD, PS, CDS e PCP”.

    O governante realçou também que “as comissões de inquérito não são segundas voltas”.

    E lançou farpas a José Magalhães: “O senhor deputado parece aquelas crianças que quando perdem um jogo pedem um novo jogo só para elas“.

    A subida de tom da discussão levou mesmo à intervenção de Fernando Negrão, deputado do PSD que preside esta comissão, pedindo que se mantenha a “elevação” na troca de argumentos que tem caracterizado os trabalhos.

    Mas o tema dos submarinos continuou a ser discutido entre Portas e Magalhães.

    “Se eu quisesse favorecer o BES não tinha indicado um leilão bancário. Convidei 10 entidades financeiras e depois de seis mostrarem interesse, foi lançada nova volta para baixar o preço. Não escolhia a dedo como um governo anterior”, sublinhou o vice-primeiro-ministro.

    E acusou o deputado socialista de estar “a transformar a comissão parlamentar do BES” num inquérito sobre a questão dos submarinos.

    “Quando o senhor deputado insinua que Portas quis o BES, está a mentir. Eu sempre defendi que devia haver bancos portugueses no consórcio. Se o fornecedor é estrangeiro, convém que pelo menos no financiamento haja instituições nacionais”, sublinhou.

    “A única novidade que há entre a postura do senhor deputado José Magalhães da última vez que aqui estive e hoje é que entretanto houve um despacho de arquivamento. Mesmo um antigo estalinista deve respeitar isso“, atirou Paulo Portas. (dn.pt)

    por Lusa / S.F

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