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    Polícia moçambicana promete investigar vala descoberta com mais de 100 corpos

    A vala comum foi descoberta por camponeses, na quarta-feira (27.04), na Gorongosa, no centro do país. Administrador de Gorongosa nega existência da vala comum, enquanto Comissão de Direitos Humanos quer esclarecimentos.

    O porta-voz da polícia de Sofala, Daniel Macuacua, afirmou que irá “continuar a interagir com os colegas [da Gorongosa] para poder perceber até que ponto pode vir a constituir verdade” a descoberta da vala comum.

    Um grupo de camponeses terá encontrado, na quarta-feira (27.04), uma vala comum com mais de 100 corpos na zona 76, no posto administrativo de Canda, na Gorongosa, região centro de Moçambique.

    Segundo os agricultores, a vala localiza-se numa área utilizada para a extração de areia para a reabilitação da Estrada Nacional 1, a principal estrada do país, num lugar próximo de uma mina de extração ilegal de ouro, entretanto abandonada devido à escalada da violência militar na região.

    “A vala tem cerca de 120 corpos, uns já em ossadas e outros ainda em decomposição”, afirmou um dos camponeses à agência Lusa. “Não há vestígios militares visíveis e alguns corpos estão sem roupas”, descreveu um outro camponês.

    Administrador de Gorongosa nega existência de vala comum

    O administrador de Gorongosa, desmentiu a existência de uma vala comum no distrito, contrariando assim o relato de um grupo de camponeses que asseguraram à Lusa terem observado dezenas de corpos depositados no local.

    Num comunicado citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), Manuel Jamaca afirma que uma equipa do governo distrital foi enviada ao local, na zona 76, posto administrativo de Canda, mas não encontrou a referida vala comum.

    A polícia de Sofala anunciou hoje (29.04.) que vai iniciar uma investigação para apurar a veracidade da denúncia da descoberta da vala comum.

    Vala em zona de elevado risco

    Até ao momento, não há indícios que relacionem esta vala com a atual crise militar em Moçambique. No entanto, o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), a principal força da oposição, têm-se acusado mutuamente de homicídios e raptos dos seus membros.

    A zona dos relatos da vala comum é considerada de elevado risco e difícil acesso, devido à presença frequente de homens armados, que tem condicionado na circulação de pessoas na região.

    No últimos meses, têm-se intensificado os confrontos militares. A situação é particularmente tensa na região centro do país, sobretudo desde que homens armados da RENAMO tomaram, no último domingo (24.04), o posto administrativo de Chiramba, no distrito de Chemba, província de Sofala.

    Comissão de Direitos Humanos de Moçambique quer esclarecimentos

    A Comissão de Direitos Humanos de Moçambique (CDHM) quer apurar a veracidade dos relatos da descoberta de uma vala comum com mais de cem corpos no centro do país, adiantado que, a confirmar-se, é um caso “muito preocupante”.

    Salientando a existência de informações contraditórias sobre o caso, o presidente da CDHM, Custódio Duma, disse que, “se for um facto real e comprovado, é muito preocupante”, referindo que a primeira atitude da instituição “é apurar se aquela situação aconteceu” e instando o Ministério Público também a investigar. (DW)

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