Presidente diz que estatal do petróleo não ameaça segurança de nenhum país
Neste domingo, Fantástico mostrou que Petrobras era alvo dos EUA. Em nota, presidente disse que estatal não representa ameaça a segurança.
A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota nesta segunda-feira (9) que, se comprovada, a espionagem dos Estados Unidos sobre a Petrobras, tem po motivos “interesses econômicos e estratégicos”. Neste domingo, reportagem do Fantástico revelou documentos de que a estatal estaria entre os alvos da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), ligada à inteligência dos Estados Unidos.
Na nota, a presidente diz que a Petrobras “não representa ameaça à segurança de qualquer país”, em referência a justificativas anteriormente dadas pelo governo americano para atos de espionagem, que incluiriam identificação e interceptação do conteúdo de comunicações por telefone, e-mails e mensagens eletrônicas. A estatal, diz Dilma, “representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro”. (g1.globo.com)
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência. Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.
Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.
Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.
Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil”
Por Priscilla Mendes do G1, em Brasília