O Papa Bento XVI apelou ontem aos católicos alemães, em Freiburg (sudoeste), para ultrapassarem os seus conflitos internos e se manterem unidos na Igreja “em tempos de perigo” e de “crise da fé”.
A “mensagem”, durante uma eucaristia no aeroporto da cidade, era destinada, sem que fossem nomeados, a 150 teólogos contestatários e a muitos católicos que pertencem ao movimento “Nós Somos a Igreja” ou à rede ecuménica “A Igreja de Baixo”, tentados a romperem com as estruturas da Igreja Mãe.
“A Igreja na Alemanha ultrapassará os grandes desafios do presente e do futuro e continuará um fermento na sociedade se os padres, as pessoas consagradas e os fiéis colaborarem na unidade”, disse Bento XVI.
O Papa teme uma “protestantização da Igreja” em que cada um escolhe aquilo em que quer acreditar e aquilo em que não quer e recomendou à Igreja para “continuar fielmente unida aos sucessores de São Pedro e dos Apóstolos (o Papa e os bispos)”.
A Alemanha foi o berço do movimento luterano e é hoje um país muito dividido entre católicos e protestantes. O Papa Bento XVI concluiu ontem a sua visita de Estado de quatro dias à Alemanha após uma cerimônia religiosa realizada na cidade de Freiburg, no sudoeste da Alemanha.
O líder da Igreja Católica encerrou a sua terceira visita ao país onde nasceu desde que assumiu o posto de Pontífice em 2005. Desta vez, a passagem durou quatro dias e incluiu também a cidade de Erfurt e a capital Berlim.
No sábado, um incidente duas horas antes da missa de Bento XVI em Erfurt levou à prisão um homem que disparou tiros com uma arma de ar comprimido contra seguranças que guardavam a praça onde se localiza a catedral local. Não houve mudanças no cronograma papal por causa do incidente.
Na Alemanha, o Papa, que tinha previsão de chegada à sede da Igreja, no Vaticano, às 20 horas de ontem, criticou o casamento entre homossexuais e a prática do aborto.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP