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    Os 18 anos de Luís Filipe Vieira à frente do Benfica: uma cronologia

    Eleito pela primeira vez em 2003, Luís Filipe Vieira foi o responsável pela recuperação financeira do clube, pela construção do centro de estágio do Seixal, que marcaram os primeiros anos de mandato. Com ele, o Benfica venceu sete campeonatos, três Taças de Portugal, sete Taças da Liga e cinco Supertaças Cândido Oliveira e foi por duas vezes à final da Liga Europa.

    Mas os últimos anos foram marcados por questões judiciais e pelos maus resultados das duas últimas temporadas. Suspeito na Operação Cartão Vermelho, Luís Filipe Vieira demitiu-se esta quinta-feira da presidência do Benfica e Benfica SAD, saindo do clube pela porta pequena.

    2001: Luís Filipe Vieira entra no Benfica como gestor para o futebol (espécie de diretor-desportivo) e quem lhe abre a porta é Manuel Vilarinho. “Ele está há anos no futebol e tem muito mais experiência, [veio] colmatar o défice que eu teria”, admite o então presidente do clube, em entrevista ao “Record”.

    2003: É eleito como presidente do Benfica com 87% dos votos, estabelecendo então um recorde. “Quando aqui chegámos, encontrámos um clube em caos, quase falido. Com esforço e dedicação recuperámos a credibilidade”, diz, no discurso da vitória.

    2004: Conquista o primeiro título no futebol profissional, quando a equipa vence (2-1) o FC Porto campeão europeu de José Mourinho na final da Taça de Portugal, no Jamor. O treinador é José Antonio Camacho e o capitão Simão Sabrosa. É o ano da morte de Miklos Fehér e Bruno Baião, ambos futebolistas do clube.

    2005: Ganha o primeiro título de campeão nacional com Giovanni Trapattoni, garantido pelo empate (1-1) na derradeira jornada frente ao Boavista, no Bessa, após ter saltado para a liderança da liga na penúltima jornada, ao vencer (1-0) o Sporting na Luz com um golo de Luisão. Nesse verão, conquista também a Supertaça.

    2006: Sendo o único candidato, Vieira é reeleito na presidência com 95,6% dos votos e vai buscar Manuel Vilarinho para liderar a Mesa da Assembleia-Geral do clube. Inaugura o Caixa Futebol Campus, no Seixal, passando o Benfica a ter um centro de estágio. É o último dos ditos três grandes a fazê-lo.

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    2007: Despede Fernando Santos após a primeira jornada da liga 2007/08. Diria mais tarde que tinha sido o seu maior erro enquanto presidente do Benfica. Só volta a ganhar um título em 2008/09, a Taça da Liga, já com Quique Flores, depois de um pobre regresso de Camacho à Luz.

    2009: Apesar de um segundo mandato parco em conquistas, é confortavelmente reeleito em Julho com 91,7% dos votos, contra os 2,7% de Bruno Carvalho. A época 2009/2010 marcaria a chegada de Jorge Jesus à Luz. Logo na primeira época, Jesus é campeão e ganha ainda a Taça da Liga.

    2011: Depois do sucesso da primeira época de Jesus, Vieira vê o FC Porto festejar o título em pleno Estádio da Luz, depois de uma derrota por 5-0 na 1.ª volta no Dragão. A eliminação nas meias-finais da Liga Europa frente ao SC Braga traz contestação ao presidente. “Não estou agarrado à presidência. No dia em que entenderem que não sirvo, sairei”, disse então numa entrevista à BTV.

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    2012: Apesar de alguma contestação, Luís Filipe Vieira é eleito para novo mandato, ganhando as eleições a Rui Rangel com 83% dos votos. Para os quatro anos seguintes prometia ganhar três campeonatos e chegar a uma final europeia. Promessa que cumpriu.

    2013: A final europeia chegou logo no final da primeira época do novo mandato, mas 2012/12 foi a temporada de pesadelo do Benfica. Depois de passar praticamente todo o ano na frente do campeonato, a única derrota da época, na penúltima jornada, no Dragão, com o golo de Kelvin aos 92′, deu o campeonato ao FC Porto.

    A derrota na final da Liga Europa, frente ao Chelsea, chegaria dias depois. E o Benfica ainda perderia a final da Taça de Portugal, em duas semanas terrível para a equipa. Apesar da deceção, Vieira mantém Jorge Jesus no banco.

    2014: A decisão de manter Jesus revela-se acertada e 2013/14 é uma das melhores épocas do Benfica que vence os três títulos internos e volta a chegar à final da Liga Europa – nova derrota, agora com o Sevilha.

    2015: Benfica volta a ser campeão e vence a Taça da Liga, mas desilude na Liga dos Campeões, não passando da fase de grupos. No final da temporada, um desencontro entre Vieira e Jesus termina com a ida do treinador para o Sporting. A época seguinte começa com Rui Vitória, que faz do Benfica tricampeão.

    2016: Em outubro vence as eleições – às quais concorre sem qualquer oposição – com mais de 95% dos votos.

    2017: O Benfica vence o inédito tetracampeonato em maio, mas no final do ano está tudo virado do avesso. No defeso, os encarnados vendem Ederson por €40 milhões, Lindelof por €35 milhões e Nélson Semedo por €30,5 milhões mas praticamente não contratam. Benfica abandona a Champions na fase de grupos só com derrotas e Rui Vitória começa a ser fortemente contestado.

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    2018: O FC Porto rouba a possibilidade do pentacampeonato ao Benfica, algo nunca perdoado pelos adeptos. Em novembro, a derrota por 5-1 em casa do Bayern deixa Rui Vitória a um passo da saída. Mas 24 horas depois Vieira reconsidera e mantém o treinador. “Foi uma luz que me deu”, disse então.

    2019: Vitória só duraria até janeiro e Bruno Lage é chamado à equipa principal. O treinador recupera sete pontos ao FC Porto e sagra-se campeão nacional. Seria o último dos sete campeonatos nacionais da era Vieira.

    Em setembro, durante uma assembleia geral, agarra pelos colarinhos um adepto que questionou a transparência de alguns dos negócios do clube, bem como o envolvimento do Benfica no caso dos emails e do e-toupeira.

    2020: Lage é despedido após o regresso do futebol após a paragem devido à pandemia. Benfica perde o campeonato e a final da Taça de Portugal para o FC Porto. Em maio, a CMVM chumba a OPA do Benfica, por considerar que seria a própria SAD a financiar a operação. Jesus regressa para a nova época e o Benfica faz um investimento de mais de 100 milhões de euros em reforços para a nova época. Em setembro é acusado na Operação Lex e em outubro, vence novamente as eleições, com 62,59% dos votos, mas já com uma larga franja de contestação à sua volta.

    2021: A época termina com grande desilusão: 3.º lugar e zero títulos, apesar do investimento. A 7 de julho é detido no âmbito da operação Cartão Vermelho, suspeito de burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação. Fica em prisão domiciliária até pagar caução. A 15 de julho, já com Rui Costa à frente do clube, entrega a carta de demissão do Benfica e Benfica SAD.

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