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    Organizadores de manifestação recebem ameaças em Angola

    Organizadores de marcha agendada para esta quarta-feira em Ndalatando denunciam tentativas de chantagem e ameaças de morte. Autoridades não autorizaram protesto devido às medidas impostas pelo estado de calamidade.

    Os organizadores da manifestação convocada para esta quarta-feira (11,11), Dia da Independência de Angola, na cidade de Ndalatando, província do Kwanza Norte, queixam-se de tentativas de chantagem e ameaças de morte.

    Tudo começou no dia em que remeteram a carta de intenção de realização de uma marcha pacífica pela cidadania, contra o elevado custo de vida e pelas autarquias locais em 2021.

    O Governo Provincial do Kwanza Norte já respondeu à carta dos ativistas e membros da sociedade civil dizendo que não autorizaram a manifestação. Justificam a decisão com a proibição de “ajuntamentos, de qualquer natureza, superiores a cinco pessoas na via pública”, no âmbito das medidas em vigor durante o estado de calamidade por força da pandemia da Covid-19.

    Luís Dala, um dos organizadores da marcha de protesto, denunciou à DW África, na segunda-feira (09.11), que já recebeu várias chamadas anónimas com ameaças.

    Ameaças da polícia

    “Só ontem (08.11), [enquanto estávamos] a mobilizar o pessoal, esteve em toda a parte um carro da polícia e polícias atrás de nós. Também ontem por volta das 19 horas estiveram lá em casa vários polícias e alguns homens de origem desconhecida”, denuncia.

    “E temos várias ameaças dos próprios jovens que alegam que a cidade é pequena, que a qualquer momento serás pego. Sendo jovens também há ainda sempre as mesmas palavras – não terás emprego, és político, és criança”, relata Dala.

    Questionado se já fez participação à polícia das perseguições e ameaças, o ativista cívico respondeu que não confia na polícia, justificando que “a mesma polícia que era para dar queixa é a mesma polícia que está atrás de mim.”

    Agente infiltrado

    Segundo Luís Dala, há um pseudo-ativista social, que alegadamente é um agente dos serviços secretos da região, identificado como André Pedro “Galera”, que tentou infiltrar-se no grupo dos organizadores do protesto. E tem ligado a outros ativistas para saber quem são os organizadores da manifestação:

    “Ele ligou ontem, disse que é ativista e quer juntar-se à equipa”, conta o organizador que diz ter “informações e até foto dele”.

    “É pessoa de origem desconhecida, então o encontro que estava marcado para hoje, sabendo que é da bófia, nós descartamos a hipótese de nos encontramos”, conta Dala.

    “Galera” nega acusações

    Entretanto, a DW África contactou o suposto agente da secreta angolana. André Pedro “Galera” negou todas as acusações dos organizadores da manifestação.

    “Eu não sei de nada e nunca tive contactos com eles, não sei quem eles são e infelizmente isso também é uma acusação que está ali a rolar e é especulação, não liguei”, defende-se.

    Juventude e sociedade civil de Ndalatando estão a apelar nas redes sociais à adesão na marcha desta quarta-feira.

    Apesar das ameaças, o ativista Luís Dala não se deixa intimidar e garante que o protesto agendado para Dia da Independência de Angola é para manter: “A minha posição é continuar firme a trabalhar em nome da província, em prol do país.”

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    FonteDW

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