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    Oposição brasileira classifica discurso de Bolsonaro na ONU de “vergonha internacional”

    Observador|Lusa

    Membros da oposição política brasileira criticaram esta terça-feira o discurso proferido pelo Presidente do país, Jair Bolsonaro, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, classificando-o de “vergonha internacional”.

    “O pronunciamento de Bolsonaro na ONU é motivo de vexame internacional, de vergonha internacional. Um discurso agressivo, violento, e, fundamentalmente, que declara um alinhamento e subserviência aos Estados Unidos, atacando outras nações e mentindo a respeito do Brasil”, afirmou o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, num vídeo partilhado no Twitter.

    Também a presidente do PT — principal partido de oposição ao Governo de Bolsonaro –, Gleisi Hoffmann, usou a rede social Twitter para criticar o discurso do chefe de Estado, que classificou de “vazio”, “desastroso”, e “vergonhoso”, acrescentando que não foi apresentada nenhuma solução para a desflorestação da Amazónia.

    “O discurso de Bolsonaro na ONU foi vazio como ele. Não trouxe nada de concreto e se resumiu a uma guerra ideológica contra governos, Organizações não-governamentais (ONG), militantes e a imprensa. Não apresentou nenhuma solução para a desflorestação na Amazónia. Um completo vexame”, escreveu Hoffmann.

    A presidente do PT disse ainda que Bolsonaro elogiou o Presidente norte-americano, Donald Trump, e Israel, mas que atacou o resto do mundo.

    “Nada disse sobre o desenvolvimento do Brasil, a vida do povo e a contribuição do país para o mundo. Desastroso. Bolsonaro Vergonha Mundial. (…) Mentiu sobre proteção ambiental, destilou xenofobia, ofendeu indígenas, atacou imprensa, médicos cubanos e ONU, demonstrou fanatismo ideológico, defendeu a ditadura militar”, argumentou ainda a Gleisi Hoffmann.

    Bolsonaro foi o primeiro chefe de Estado a discursar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, e teceu críticas aos Governos do PT, que estiveram no poder mais de uma década, e que o mandatário acusou de submeter médicos cubanos a “trabalho escravo”.

    Bolsonaro disse que em 2013 houve “um acordo entre o Governo ‘petista’ [liderado por Dilma Rousseff, do PT] e a ditadura cubana que trouxe ao Brasil 10 mil médicos, sem nenhuma comprovação profissional”.

    Estes médicos, segundo o Presidente brasileiro, foram “impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% dos seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais como o de ir e vir, um verdadeiro trabalho escravo, respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU”.

    A ambientalista e líder política brasileira Marina Silva, e concorrente de Bolsonaro nas presidenciais do ano passado, criticou, numa série de mensagens publicadas no Twitter, a posição ambiental do mandatário na ONU.

    “Obviamente, a grave crise climática que estamos a viver só apareceu no discurso de Bolsonaro numa menção pífia e telegráfica. Um silenciamento típico do obscurantismo que toma conta do seu Governo”, frisou Marina Silva.

    “O Presidente repetiu tragicamente uma velha fórmula. Tentou negar o que acontece no Brasil, como se a comunidade internacional não tivesse acesso à verdade. Não deu certo na década de 70, quando os militares tentaram esconder a tortura. Imagina agora”, acresentou ainda a ambientalista.

    Já o governador do estado de São Paulo, e que poderá disputar as presidenciais de 2022 contra Bolsonaro, João Dória, teceu duras críticas a todo o discurso do mandatário.

    “Primeiro, inadequado. Segundo, inoportuno. Terceiro, sem referências que pudessem trazer respeitabilidade e confiança ao Brasil no plano ambiental, no plano econômico e no plano político. Quarto, péssima repercussão internacional”, disse o Governador, citado pela imprensa local.

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