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    O nosso sistema financeiro

    ANDRADE A. AMBRÓSIO Gestor (Foto: D.R.)
    ANDRADE A. AMBRÓSIO
    Gestor
    (Foto: D.R.)

    O sistema financeiro pode ser entendido como um conjunto de instituições e produtos/serviços financeiros (bancários e não bancários) que objectivam tornar fluída, célere e credível as relações, envolvendo moedas, entre os diversos agentes económicos. Contudo, a boa gestão das moedas pelas entidades bancárias, essencialmente pelos bancos centrais, influi grandemente no seu poder e credibilidade no mercado, pelo que os bancos comerciais são de facto a “espinha dorsal” dos sistemas financeiros, pois estes fazem funcionar os sistemas de pagamento, tornam possível as transferências bancárias e as ordens de pagamento, cedem créditos ao mercado, viabilizando os investimentos, etc.

    Os bancos centrais fazem o acompanhamento e avaliação sistemática da situação económico-financeira das instituições; a supervisão baseada no risco, mormente os de liquidez, de crédito, de mercado, de taxas de juro e de câmbio; o acompanhamento da observância das instituições financeiras às normas relativas à prevenção contra o bran- queamento de capitais; as acções visando prevenir e detectar os ilícitos cambiais; a elaboração de planos de contingência para a salvaguarda da solvabilidade bancária. Estas constam das ferramentas que o BNA faz-se valer para o garante da estabilização e confiança do sistema financeiro nacional, que tem no Artigo 20.º da Lei n.º 16/10 de 15 de Julho, o seu guião.

    Relativamente ao sistema electrónico de pagamento (SEPA), cabe de igual modo, ao BNA, promover a sua modernização e desenvolvimento, de forma a dar resposta às necessidades de uma adequada circulação do dinheiro na economia ou a prover as condições de acessibilidade para toda a população.

    No entanto, segundo o BNA, perto de 50 por cento da população adulta em Angola, já faz uso dos serviços bancários. Tal indicador, de extenso modo, graças à política de bancarização, desenhada pelo BNA e, que teve início no dia 9 de Julho de 2011, bem como do outro lado, ao crescimento da rede bancária no nosso território. Mas, a meu ver, ainda não é capaz de responder cabal e sustentavelmente às premissas do sistema financeiro nacional e tão-pouco competir de peito aberto com aqueles paí- ses, cujos índices de inclusão financeira encontram-se no pelotão da frente. Importa fazer posicionar a nossa taxa de bancarização, em pelo menos 90 por cento.

    Para tal, os esforços têm sido conjugados pelo Executivo, embora reconheça-se que há muito ainda por se fazer! A ascensão ou manutenção do poder do nosso kwanza; a contínua extensão infra-estrutural bancária (interessa dizer que, não importa ter-se várias instituições bancárias, se as mesmas não forem capazes de produzir inovação e diversificação nos seus produtos/serviços, e que estes, atendam as exigências do mercado, vulgo as necessidades das famílias, do Governo e das empresas); o afastamento da corrupção e da burocracia no trato das questões bancárias; o cultivo da cultura financeira (bancária) nas pessoas; o abaixamento da informalidade económica e da taxa de desemprego, bem como o aumento da renda per capita nacional (pib per capita), fazem nascer a apetência das pessoas pelos serviços financeiros, concorrendo para o engordar da taxa de bancarização e da solidez, credibilidade e sustentabilidade do sistema financeiro.

    Quanto às instituições bancárias em Angola, constata-se porém que o número de balcões teve um despique positivo. À guisa de exemplo, em 2008 havia apenas 516, con- tra os 1.130 balcões em 2012. Em relação ao sistema electrónico de pagamento, 717 era o número total de ATM em 2008, já em 2013, pulou, situando-se em 2.234; 2.660 era o número de TPA em 2008, ao passo que em 2013, havia já no mercado 31.716. por outro lado, o número de cartões de crédito e débito cedidos ao mercado tem igualmente aumentado. (jornaldeeconomia.ao)

     

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