O número de observadores e jornalistas para acompanhar as eleições gerais de 31 de agosto em Angola ainda não está determinado, disseram à Lusa fontes ligadas ao processo de credenciamento.
Relativamente aos observadores, estão previstos 3 mil angolanos, a maior parte dos quais indicados por organizações da sociedade civil angolana e 450 têm estatuto diplomático, mas, no caso dos angolanos, apenas menos de 10 foram já credenciados, disse uma das fontes contactadas pela Lusa.
No caso dos diplomatas, estes continuam a aguardar pelo credenciamento.
A demora levou o embaixador dos Estados Unidos em Luanda, Christopher McMullen, a divulgar na quarta-feira na capital angolana um comunicado em que exorta a CNE para que “credencie imediatamente” os observadores eleitorais, designadamente os das organizações da sociedade civil angolana.
Em causa estão os atrasos da CNE em credenciar não só aqueles cidadãos angolanos, como também “outros observadores internacionais”, como elementos do corpo diplomático acreditado na capital angolana.
A Lusa pediu informações sobre este assunto à Comissão Nacional Eleitoral (CNE), órgão que centraliza o credenciamento tanto de observadores como de jornalistas, mas não obteve resposta.
Ainda no que diz respeito aos observadores estrangeiros de nacionalidade portuguesa, cada uma das nove formações políticas concorrentes ao escrutínio teve direito a 18 convites e segundo várias fontes contactadas pela Lusa, o partido no poder, MPLA, formulou, entre outros, convites aos partidos portugueses PSD, PS e PCP para indicarem um representante.
A UNITA, maior partido da oposição, fez idênticos convites ao PSD e ao PS.
A coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) convidou igualmente o PSD e o PS a enviarem um representante.
Quanto às organizações internacionais presentes no acompanhamento da organização do processo eleitoral e da votação, está confirmada a presença de missões de observação eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Africana (UA), Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e Parlamento Pan-Africano.
No caso da CPLP, a missão é liderada pelo antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano Leonardo Simão, e integra 10 observadores provenientes do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe, aos quais se juntam os membros da Assembleia Parlamentar da CPLP, designadamente, dois deputados portugueses, um cabo-verdiano, um guineense e dois são-tomenses.
Existe, ainda, a possibilidade de serem integrados mais observadores localmente, segundo um comunicado da CPLP enviado à Lusa.
A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da CPLP vai decorrer entre hoje e 5 de setembro, assegurando a cobertura da fase final da campanha eleitoral, o sufrágio e a divulgação preliminar dos resultados.
A missão da UA é chefiada pelo antigo Presidente cabo-verdiano Pedro Pires, e a da SADC, que integra 100 elementos, é dirigida pelo chefe da diplomacia tanzaniana, Bernard Membe.
Ao contrário das legislativas de 2008, a União Europeia não vai ter uma missão de observadores para as próximas eleições gerais.
Quanto à cobertura pela imprensa estrangeira, os únicos dados disponíveis são do início do mês, quando estavam registados 29 profissionais de Portugal, Inglaterra, França, África do Sul, Quénia e Moçambique.
Em 2008, cerca de 800 jornalistas realizaram a cobertura das eleições legislativas, sendo quase 700 nacionais e cerca de 100 estrangeiros, oriundos de Portugal, Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha, Espanha, Irlanda, Suécia, Holanda, Itália, EUA, Brasil, Qatar, Quénia, Moçambique, Japão, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Namíbia.
FONTE: Lusa
