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    Nova pauta aduaneira torna tudo mais caro em Angola já em Janeiro

    A entrada em vigor da nova pauta aduaneira em Angola em janeiro deve fazer aumentar os preços, não só das mercadorias importadas, mas também das produzidas localmente, estima o BPI numa nota de análise a que a Lusa teve acesso.

    Banco Naional de Angola (Jorge Monteiro)
    Banco Naional de Angola (Jorge Monteiro)

    De acordo com a nota do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, “dado o peso dos bens importados no cálculo do nível de preços doméstico, o aumento das tarifas aduaneiras provavelmente vai resvalar para os preços locais e pode colocar em risco o controle da inflação por parte do Banco Nacional de Angola”.

    Os economistas do BPI explicam que isto pode acontecer por duas razões: primeiro, “há um efeito direto associado ao aumento do preço no consumo final de bens importados” e, depois, “as empresas que dependem de bens e intermediários estrangeiros reagem a custos de produção mais elevados, aumentando os preços finais para evitar descidas na sua margem de lucro”.

    Segundo a análise, isto faz com que as empresas que não precisem de bens importados no seu negócio acabem também por aumentar os preços devido à subida dos valores dos seus concorrentes, podendo aumentar o valor dos seus produtos até ao limite que os consumidores conseguirem acomodar.

    A nova pauta aduaneira vai entrar em vigor em janeiro do próximo ano, e deverá aumentar os impostos médios sobre as mercadorias importadas num valor que pode chegar aos 50%, no caso da cerveja e da água mineral, cuja taxa é atualmente de 30%.

    O aumento deste imposto sobre os bens importados, sublinha o BPI, “tem o objetivo principal desencorajar as importações e fortalecer a produção nacional, de modo a tornar a economia autossustentável”.

    Noutro estudo do mesmo departamento do BPI, divulgado pela Lusa na passada quinta-feira, escrevia-se que Angola está a entrar num “novo ciclo de desenvolvimento”, com o crescimento da economia a abrandar para entre 5% e 6%.

    No documento de 18 páginas, a que a Lusa teve acesso, o BPI salienta que a previsão é fundamentada pelo facto de o setor petrolífero passar a contribuir menos para o crescimento, à medida que se aproxima o limiar máximo da capacidade extrativa.

    “Neste contexto, o comportamento e respetivo contributo dos restantes setores de atividade serão determinantes”, sinaliza o estudo, denominado justamente “Angola – Novo Ciclo de Desenvolvimento”.

    O peso do setor petrolífero na economia angolana é evidenciado pelos 45% que representa no volume da produção nacional, dos 91% das receitas de exportação e dos 75% das receitas orçamentais.

    Segundo o BPI, nesta fase “os desafios são substanciais” porque, além de ser necessário prosseguir o investimento em infraestruturas, “importa robustecer as instituições, promover uma distribuição de rendimento mais equitativa, fomentando o emprego, e aumentar a qualidade de vida da população”.

    Para este ano, o crescimento económico deverá ficar limitado pela baixa execução orçamental, segundo dados divulgados pelo Ministério das Finanças, devendo fixar-se nos 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB), mais uma décima que a própria previsão do Governo, corrigida em baixa. (noticiasaominuto.com)

    Por Lusa

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