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    Moxico: Escola para deficientes físicos em situação precária

    Na província angolana do Moxico, uma residência foi adaptada e transformada em escola de ensino especial. Mas falta quase tudo, desde meios técnicos a humanos.

    Em Angola, na província do Moxico, a Escola Nº 326, que alberga crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais, está aquém dos parâmetros exigidos.

    A situação condiciona alguns pais a matricularem os filhos, como é o caso de Lorena Lemba, mãe de uma criança com deficiência auditiva.

    Segundo a mãe, a sua filha não frequenta a escola porque faltam instrumentos básicos para o ensino dos alunos.

    “O nosso Governo deveria apostar mais no ensino especial para evitar com que os alunos se sintam excluídos da sociedade”, diz.

    Também o aluno Isaac Tchinhama tem uma deficiência auditiva e visual e deseja mais salas de aulas.

    “Somos muitos e a escola é pequena. Há quatro salas e tem sexta classe, sétima, oitava, nona, décima, décima primeira e décima segunda classes”, disse.

    “Só estamos a pedir ao Governo para construir mais salas de aulas para nós todos”, acrescentou.

    A adolescente autista Ana Clara gostaria de praticar exercícios físicos, mas a falta de uma quadra desportiva não lhe permite.

    A Escola Nº 326 na província angolana do Moxico.
    (DR)

    Falta de tudo
    “Eu quero que o nosso governador arranje bem a nossa escola, pelo menos nós também devemos praticar educação física. Deveria ter umas torneiras, um campo, também material de aulas. Não temos giz, livros, lapiseiras, cadernos”, desabafa.

    A escola tem 29 professores para 315 alunos, e apenas 9 professores são formados para o ensino especial. Emanuel André, professor há dois anos, elenca as dificuldades.

    “Precisamos de muito material didático […] e de melhor formação. Estamos como se fosse numa casa, há pequenos degraus […] e não há rampas”, esclareceu.

    Por seu turno, o psicólogo clínico Mafuana Conde faz um apelo para que as famílias com crianças portadoras de deficiência evitem também a discriminação.

    “Imagine alguém que já é discriminado dentro da sua própria família? A família contribui para o desenvolvimento de qualquer ser humano, mas do ponto de vista psicológico, temos pessoas que vivem deprimidas por várias situações sociais e esses já precisam de um apoio social”.

    Os problemas que a instituição enfrenta já são de domínio do Gabinete Provincial da Educação, como frisou o seu director, Benjamin Funga.

    “Já reportamos várias vezes. O gabinete provincial tem feito até onde há possibilidades. Não tem sido fácil adquirir material”, disse.

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    FonteDW

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