O ministro da Economia e Emprego cabo-verdiano, José Gonçalves, reafirmou hoje que a companhia aérea pública TACV vai fechar as operações domésticas a partir de 01 de Agosto, continuando a operar a nível regional.
O ministro reafirmou a posição do Governo no debate no Parlamento deste mês, o último do ano parlamentar, em que o ponto alto será o debate sobre o Estado da Nação, agendado para sexta-feira.
Assim, a partir de 01 de agosto as operações domésticas passarão a ser asseguradas pela Binter Cabo Verde, em cujo capital o Estado cabo-verdiano entrará com 49%.
O fecho das operações domésticas é um dos pontos da reestruturação da companhia aérea pública cabo-verdiana, em que o ministro já avançara que trabalhadores serão despedidos, mas sem precisar números.
Durante o debate, José Gonçalves disse que a partir de 01 de agosto os trabalhadores vão continuar na TACV e que o plano de reestruturação da mão-de-obra será feito “muito mais a fundo”.
“Não é de um dia para outro que se vai cortar esse vínculo. Há que respeitar as leis nessa matéria e serão respeitadas ao máximo. A TACV não operar no mercado doméstico não quer dizer que os trabalhadores vão para casa”, assegurou o governante.
José Gonçalves indicou que está em “extrema análise” o número de trabalhadores que poderão passar para a Binter CV e também os que serão indemnizados.
“Mas estamos conscientes e queremos ter o mínimo de impacto negativo possível nas pessoas, desde que salvaguardemos o negócio, porque há quer ter negócio rentável”, afirmou.
As ligações entre as ilhas cabo-verdianas, que até à entrada da Binter em Cabo Verde, em 2016, eram asseguradas em regime de monopólio pela TACV, passam a partir da próxima semana a ser asseguradas novamente sem concorrência, agora pela Binter.
O acordo prevê um reforço das ligações para todas as ilhas com aeroportos e articulação com os transportes marítimos para as ilhas da Brava e Santo Antão, que não têm aeroporto.
Em comunicado divulgado na semana passada, a Binter CV anunciou que “brevemente” vai começar a operar com três aviões, em vez dos atuais dois, de forma a aumentar os voos e permitir a mobilidade dos passageiros entre todas as ilhas do país que possuem aeródromos ou aeroportos.
A companhia aérea anunciou também que, “a curto prazo, e ainda no decorrer deste ano”, dará início aos voos regionais, nomeadamente, para Dakar (Senegal), numa primeira fase e, numa segunda fase, para mais destinos.
A transportadora aérea cabo-verdiana TACV vai manter apenas os voos internacionais, com o Governo ainda em negociações para encontrar um parceiro estratégico que assegure a gestão e parte do capital.
A TACV tem actualmente uma dívida acumulada de 100 milhões de euros, que continuará a ser assumida pelo Estado mesmo após a privatização da parte internacional. (Diário de Notícias)
por Lusa