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    Luanda: Associação acusa políticos de “atiçarem protestos”

    Presidente da Associação dos Motoqueiros disse hoje que protesto de mototaxistas foi motivado por políticos para desestabilizar a governação. Participante vincou que maioria dos profissionais não é membro da associação.
    “Nós acompanhamos e sabemos que havia forças ocultas a tratar com os motoqueiros para saírem à rua. Havia políticos envolvidos, forças que queriam criar desestabilização a nível da governação em Luanda”, afirmou Bento Rafael em declarações à Lusa, sem, contudo, especificar.

    Segundo o presidente da Associação dos Motoqueiros Transportadores de Angola (Amotrang), a manifestação de mototaxistas, realizada ao princípio da noite de quinta-feira (07.09), no centro de Luanda, “não se justificava e foi atiçada por pessoas estranhas à atividade de mototáxi”.

    “Muitos sabiam que nós estávamos reunidos para encontrar algum consenso e não se justificava aquela manifestação que se realizou ontem. Então, como é que as partes se sentam para encontrar a melhor maneira para se sair de um procedimento e há protestos nas ruas, com resultados tristes, como ferimentos. Foi desnecessária”, frisou.

    Restrições à circulação

    O Governo Provincial de Luanda (GPL) proibiu a circulação de motociclos em algumas das principais vias da capital com o objetivo de melhorar a circulação e diminuir os acidentes, que totalizaram 768 no primeiro semestre do ano.

    Os acidentes provocados por ciclomotores, motociclos, triciclos e quadriciclos resultaram em 134 mortes e 725 feridos, dos quais 368 graves, segundo dados apresentados na terça-feira (05.09) pelo chefe do departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária da Província de Luanda, superintendente Simão Saulo.

    Milhares de cidadãos em Luanda recorrem ao mototáxi para chegarem no centro da cidade ou até a zonas mais longínquas da periferia.

    Negociações

    A direção da Amotrang, que reuniu na quinta-feira com o GPL, promoveu hoje um encontro com os líderes das principais paragens de mototaxistas, no qual foi analisada a nova medida das autoridades angolanas.

    “Conseguimos ouvir os problemas que existem em várias paragens em Luanda e também conseguimos passar a mensagem que devem trabalhar com normalidade. Esta é a mensagem que passamos depois de termos saído também do encontro com o GPL”, referiu Bento Rafael.

    “Neste momento voltamos à normalidade e o resto vamos continuar a trabalhar na sensibilização dos nossos mototaxistas para tornarmos a atividade muito mais suave e com menos acidentes, que é o que todos nós pretendemos”, realçou.

    De acordo com o líder da AMOTRANG, os mototaxistas saíram “satisfeitos” do encontro desta sexta-feira (08.09), sobretudo devido ao “retorno da atividade em todas as vias de Luanda”.

    Os motociclistas deverão seguir à risca a medida das autoridades “quando as vias secundárias e terciárias estiverem tratadas para receber o afluxo de mototaxistas em Luanda”, salientou.

    Bento Rafael que, na quinta-feira, lamentou à Lusa o facto de a associação não ter sido consultada pelo GPL, enalteceu hoje o encontro realizado com as autoridades administrativas de Luanda.

    “Um dos grandes problemas que lamentávamos é o facto de não termos sido ouvidos como organização que lidera os motoqueiros e ontem (quinta-feira) felizmente fomos chamados para corrigir algumas coisas e estamos a fazer”, rematou o responsável.

    A Amotrang, só em Luanda, contabiliza atualmente mais de 20 mil mototaxistas.

    Protesto em Luanda

    Centenas de mototaxistas protestaram na quinta-feira em várias ruas de Luanda, contra as restrições à circulação na capital, queixando-se de falta de diálogo, tendo sido dispersados pela polícia, descreveu hoje um dos participantes à Lusa.

    A ação teve início no final da tarde de quinta-feira, quando mais de 500 mototaxistas, concentrados no Largo das Escolas, para discutirem a proibição de circular nas principais avenidas e estradas da capital angolana, foram dispersados pela polícia, que ao chegar ao local efetuou alguns disparos, de acordo com vídeos a circular nas redes sociais.

    Em declarações hoje à agência Lusa, o mototaxista Paulo Ramos, de 47 anos, que participou no encontro, explicou que pretendiam chegar a um consenso dos passos a seguir em função da proibição, optando por dialogarem para “depois bater à porta de quem de direito”.

    “Infelizmente não houve esse contacto, depois da situação que de ontem [quinta-feira] acabámos ficando dispersos e não conseguimos manter novamente o contacto para passos seguintes”, referiu.

    Segundo Paulo Ramos, que há mais de dez anos é mototaxista, por falta de emprego, o objetivo é terem um encontro com o governador da província, para mais pormenores das medidas agora aplicadas e que solução poderão dar aos profissionais.

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    FonteDW

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