O antigo dirigente do CDS-PP Lobo Xavier acusou hoje António Costa de se contentar com uma “derrotazinha” e de preparar, com “acordos e conciliábulos”, um “saco de gatos” no parlamento que proteja a sua continuidade política.
“António Costa começou por desdenhar da vitoriazinha de António José Seguro nas eleições europeias, mas agora parece contentar-se com uma derrotazinha, uma derrota por poucos, que lhe permita, com acordos e conciliábulos, completamente à margem do que é o passado e a história do PS, arranjar um saco de gatos na Assembleia da República para proteger a sua continuidade política”, acusou Lobo Xavier, num almoço da coligação PSD/CDS-PP em Lousada.
António Lobo Xavier apelou a uma maioria da coligação PSD/CDS-PP “para governar pela positiva”, mas também “para evitar um cenário de Grécia, que parece que é aquilo que está por detrás do pensamento do PS”.
O advogado, que é comentador no mesmo programa televisivo em que o secretário-geral do PS também foi, disse que aquilo que o assusta é que depois do dia 04 os socialistas “não queiram perceber o resultado eleitoral”.
“O que me angustia no dia 04 já não é tanto saber o resultado mas saber até onde pode ir o despeito eleitoral do PS e de António Costa”, afirmou, para introduzir a forma como António Costa qualificou a vitória de Seguro nas europeias e que abriu caminho para que se candidatasse a secretário-geral do PS.
Para o antigo líder parlamentar do CDS-PP, “a possibilidade de um governo do PS suportado ou chantageado pelo BE e pelo PCP é a uma realidade”, não é um fantasma, e “parece transparecer do discurso cada vez mais agressivo de António Costa e das suas próprias palavras”.
“Eu sei que o António Costa diz que tem muita experiência de fazer compromissos com a esquerda. Ele tem experiência mas é de fazer acordos sobre o ajardinamento das pracinhas de Lisboa e sobre o saneamento básico de Lisboa. Mas não é disso que se trata aqui, nós estamos a tratar do futuro de Portugal e esse futuro não pode ser partilhado com quem não quer o euro, não quer a Europa, não quer os tratados e não quer pagar as dívidas”, argumentou.
“Como é que é possível dialogar com essas pessoas? Esse futuro não pode ser partilhado com quem não tem sequer, e medi as minhas palavras, o mesmo conceito de democracia”, sublinhou ainda Lobo Xavier.
Segundo o antigo dirigente centrista, o caminho que a maioria seguiu, de “trabalho, investimento, competitividade” é o único viável e “todas as outras soluções são miragens”.
“A infantilidade ideológica e o aventureirismo dão o resultado da Grécia, mais pobre, mais triste, com menos futuro”, defendeu.
O comentador político começou por considerar que esta foi uma campanha eleitoral “condicionada pela ecologia comunicacional”, existindo três verdades que queriam impor à coligação e que foram desmentidas, a primeira de que iria perder e só restava saber por quanto, a segunda de que seria maltratada pelo país e, finalmente, de que não podia falar do passado. (noticiasaominuto.com)