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    Jovem comete suicídio por ofensas da noiva

    Antero, chamemos-lhe assim, jovem de 28 anos, decidiu, na primeira semana de Janeiro, do novo ano, colocar fim à própria, com uma corda, dentro do seu quarto, horas depois de ter uma acalorada discussão com a noiva. O casal, contam os amigos do finado, estava em convívio, no São Pedro, arredores da cidade do Huambo. O ambiente era de apegos e maravilha, em celebração à chegada de 2021. Mas, de seguida, uma fervorosa discussão “invadiu” o espaço dos dois.

    Em meio da discussão, a jovem noiva, em defesa da sua honra, não teve condescendência nas palavras e tratou o amado, com quem deveria casar este ano, de “bolas secas”, uma menção aos órgãos genitais do parceiro. O rosto dos presentes, que ouviram a expressão “bolas secas”, diz um dos convivas, corou de vergonha. Entre silêncios, dos homens, e sorrisos disfarçados das mulheres, Antero viu, de maneira agreste a sua masculinidade exposta. “O ataque verbal foi duro”, enfatiza.

    O jovem, atingido no âmago e sem esboçar qualquer reacção, retirou-se do local e foi para casa e mete-se no seu quarto, amargurado pelo vexame criado por quem, um dia, lhe terá jurado amor eterno. Antero não teve meias medidas e encontrou no suicídio a única salvação da honra e dignidade. Numa folha de papel, apelidada de “memorando de despedida”, ele explana as motivações da sua decisão. A família não acreditava no sucedido.

    “Ele estava decidido para se matar. A maneira como traçou a corda, em duplo e pendurou no teto, era para que não houvesse falha na hora de dar um toque na cadeira onde havia subido”, explica um parente, para acrescentar: “Ninguém esperava isso. Não há motivos que justifiquem colocar fim à própria vida”.

    Antero foi enterrado no Cemitério Municipal de São Pedro. No dia do funeral, há quem ainda questionava e condenava a decisão do jovem de interromper na flor da idade a própria vida por causa do amor. O caso de Antero faz parte das estatísticas da taxa de suicídios que, de um tempo a esta parte, tem estado a enlutar milhares de famílias na província do Huambo.

    No Bairro da Chiva, por exemplo, um adolescente, de 15 anos, provocou o suicídio por a mãe o ter acusado de roubar cem kwanzas. Mas a pressão e insistência, para que assumisse a autoria do desfalque caseiro, foi intensa, que não resistiu. Fez o laço e amarrou bem no teto, subiu na mesa e atirou-se…

    Na zona de Boas Águas, município da Chicala Cholohanga, Américo, de 51 anos, separado da sua “cara-metade”, não resistiu à dor do amor. Procurou a reconciliação mas não conseguiu. “Se ela não voltar comigo vou me matar!”, sentenciava. E, Américo, fiel à premonição enforcou-se no passado dia 6 de Janeiro.

    O fim de duas relações amorosas, em simultâneo, foi fatal para Diogo, morador no bairro Calilongue da Cuca, município do Huambo. As suas duas mulheres decidiram terminar com a partilha sentimental. O homem ficou completamente desnorteado. Diogo, que andava apoquentado por uma doença que não passava e abandonado à sua sorte provocou o suicídio com uma corda de nylon.

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