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    Instituto público não vislumbra saída para o aumento do desemprego em Angola

    Um investigador e uma ativista dizem ser indicador de que não foram criados os empregos prometidos por João Lourenço e desonhece-se o futuro dos milhares que chegam ao mercado de trabalho.

    O desemprego em Angola cresce anualmente 3,5 por cento, num cenário sem indicadores de que esta tendência venha a ser alterada nos próximos tempos, revela o Instituto Nacional do Emprego e Formação Profissional (INEFOP).

    Numa declaração feita em Benguela na semana passada, aquele organismo público apresentou dados que levantam dúvidas quanto à versão de que o país criou os 500 mil postos de trabalho no primeiro mandato do Presidente João Lourenço.

    De acordo com INEFOP, Angola esteve longe da média de 100 mil empregos por ano.

    Outro indicador avançado é que se desconhece o futuro dos cerca de 800 mil cidadãos que anualmente passam a fazer parte da população economicamente ativa (mercado de trabalho), saídos da academia ou de centros de formação profissionais.

    Em 2019, um ano tido como referência, o país tinha 3 milhões de desempregados e 9 milhões de pessoas com ocupação.

    A ativista cívica Sara Paulo, líder de uma organização juvenil feminina que sempre duvidou dos números lançados pelo Executivo, diz estar à vista uma demonstração de que o apoio ao empreendedorismo é quase nulo.

    “Só em fases de campanha eleitoral assistimos a financiamentos para o empreendedorismo, mas a corrupção e o nepotismo falam mais alto, o dinheiro circula apenas entre os militantes do MPLA e seus familiares. O trabalho é um direito, por isso o estado de espírito dos jovens é de insatisfação, frustração e revolta”, descreve a ativista.

    O economista Heitor Carvalho, investigador da Centro de Estudos da Universidade Lusíada de Angola, questiona o discurso do Governo e critica o silêncio do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) em relação aos dados do ano em curso

    “O discurso de uma ministra nunca foi um dado oficial, o dado oficial é do INE, que mostra que o emprego decresceu , o emprego formal decresceu e houve algum aumento no informal porque as pessoas precisam de sobreviver, têm de fazer alguma coisa”, indica.

    Aquele analista acrescenta não sabrer “da situação atual porque o Instituto Nacional de Estatísticas não publica desde Dezembro de 2022, a situação deve ser grave, mas isso deve ser publicado para que as pessoas saibam o que se passa”.

    O diretor-geral do INEFOP revela que a situação é grave, ainda à espera de soluções para um futuro diferente.

    “Vamos manter esta população desempregada de 3 milhões, mais 800 mil, mais 800 mil todos os anos. As estatísticas dizem que não criámos 100 mil empregos nos últimos anos … então vemos que a situação do desemprego tende a crescer no país”, admite , Manuel Bandi.

    O dirigente falava num encontro sobre empregabilidade promovido pelo Governo Provincial de Benguela, que assumiu, recentemente, estar à espera de dinheiro para reactivar obras inscritas no Programa Emergencial.

    A suspensão de empreitadas atirou para o desemprego centenas de jovens.

    Em pronunciamentos públicos, tanto a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, como o próprio Presidente João Lourenço deram como cumprida a meta do Executivo em matéria de emprego.

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    FonteVOA

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