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    Índia procura estreitar relações com a África

    O financiamento indiano numa África em mudança e parcerias amplas na agricultura e no processamento de alimentos, experiência trazida pelo Gana sobre os países a sul e na parte oriental do continente africano que buscam o reforço da segurança alimentar, dominaram, ontem, as discussões do 14º fórum económico do banco CII-EXIM, apoiado pelos ministérios das Relações Exteriores e do Comércio e Indústria da Índia.

    De acordo com o JA, pelo menos 31 ministros, de 21 países africanos e delegados empresariais de 37 nações participam no evento co-organizado pela Confederação da Indústria Indiana (CII) e pelo Banco de Exportação-Importação do país (EXIM), em parceria com o “Projecto Índia-África”. Ao longo das últimas edições, o fórum económico contou com a participação de eminentes dignitários de África e da Índia, que estabeleceram pontes, para fortalecer a parceria entre as duas regiões.

    Já decorreram quatro mesas-redondas, nas quais foram também discorridos aspectos sobre o estabelecimento de ligações entre a conectividade de África e as falhas de infra-estruturas, assunto em que se procurou melhorar o interesse dos empreendedores indianos pela prosperidade de África, através de uma colaboração trilateral.

    Igualmente, falou-se sobre o aproveitamento do potencial digital de África, com foco em investimentos nas infra-estruturas, na assistência médica, no desenvolvimento de habilidades e no fomento da indústria farmacêutica, um assunto de grande interesse da maioria dos Estados africanos, que foi apresentado pela República da Guiné.

    Com o envolvimento multifacetado de Chefes de Estado, ministros, líderes empresariais, instituições financeiras e agências de investimento, o fórum “Índia e África – Criando parceria global para um mundo melhor” continua a provar que é um “balcão único” que atende aos interesses tanto das partes interessadas empresariais, quanto das políticas governamentais.

    No continente africano, a Índia está fortemente empenhada em 27 países, onde mantém grandes investimentos em sectores vantajosos de desenvolvimento sustentável, com 992 projectos, incluindo no Japão e nos Estados Unidos. Ao longo dos anos, empresas indianas investiram em África, em diversos sectores, como agricultura, agro-processamento, petróleo, gás, mineração, minerais, educação, saúde, medicamentos e produtos farmacêuticos.

    Ecoando as principais áreas identificadas para o fórum, as discussões giram em torno de dois temas principais: infra-estrutura digital e habilidades digitais.

    Abertura do evento

    O Vice-Presidente do Gana, Mahamudu Bawumia, o Primeiro-Ministro, Ibrahima Kassory Fofana, e o vice-Primeiro-Ministro do Lesoto, Monyane Moleleki, testemunharam a abertura do fórum, no domingo, em Nova Deli, pelo Ministro do Comércio e Indústria da União Suresh Prabhu, ministro de Estado do Comércio e Indústria, CR Chaudhary, que se fez acompanhar pelo secretário do Departamento de Comércio, Anup Wadhawan.

    A parceria Índia-África assume uma importância crítica para a economia global que enfrenta uma desaceleração, moderando os fluxos de comércio e investimento, aumentando o proteccionismo comercial e apertando as condições de financiamento. Segundo estimativas do Banco Mundial, o crescimento económico de África deve continuar este ano, a exemplo de 2018, principalmente na África subsaariana, com uma média de 3,6 por cento nos próximos dois anos.

    O volume do comércio bilateral Índia-África ficou, entre 2017 e 2018, em 62,66 mil milhões de dólares. O novo dinamismo das economias africanas contribuiu para que a região emergisse como um dos destinos de investimento global altamente atraentes. “Isto abre caminho para uma série de parcerias de projectos internacionais”, de acordo com um comunicado divulgado sexta-feira pelo Governo da Índia.

    O défice de financiamento de infra-estruturas físicas em África foi estimado em 170 mil milhões de dólares, tendo já criado oportunidades de investimento privado em estradas, portos e aeroportos, linhas ferroviárias, geração de energia, transmissão e distribuição, entre outros segmentos de bens e serviços manufacturados.

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