A província do Huambo produz no próximo ano o suficiente para garantir a auto-suficiência alimentar e elevar o rendimento das famílias, disse o director provincial da Agricultura.
Emitério Tiago, que fez a afirmação na abertura do Sétimo Conselho Alargado da Direcção Provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, sugeriu a prática de um novo tipo da agricultura como um dos pressupostos para a eliminação da pobreza e o aumento dos rendimentos das famílias.
A reunião, que decorreu sob o lema “Fortalecer a Agricultura Camponesa do Huambo para Garantir a Auto-Suficiência Alimentar e Elevar o Rendimento das Famílias”, teve como principal objectivo “a definição de estratégias para o desenvolvimento agrário na província, analisar a estrutura da produção agrícola, o desenvolvimento da agricultura empresarial e o estado da preparação da campanha agrícola 2013/2014”.
Os participantes analisaram a capacidade interventiva da Mecanagro, a situação zoo-sanitária e saúde pública veterinária, a importância do cooperativismo no desenvolvimento da pesca continental e aquicultura e o papel que têm no aumento do rendimento das famílias.
No encontro também foi feito o balanço da campanha agrícola 2012/2013, analisadas as dificuldades, a situação das unidades sanitárias, o estado das florestas e da avicultura, os serviços de café e dos cereais e das sementes.
O director provincial da Agricultura referiu que com este encontro se pretendeu encontrar vias para fortalecer as actividades dos produtores familiares, de forma a enquadrá-los na cadeia de agro negócio.Emitério Tiago lembrou que a agricultura camponesa ainda é rudimentar e que as consequências são a degradação dos solos e a sua infertilidade. O uso constante de fertilizantes químicos nas actividades agrícolas, referiu, tem contribuído para a rápida degradação dos solos. Para inverter este quadro, afirmou, recomendamos a continuidade e o reforço da correcção dos solos para incrementar a produção e a produtividade.
O conselho confirmou também que muitas das técnicas e métodos praticados pelos camponeses nas lavouras, como as queimadas, são responsáveis pelos baixos níveis de produção.
Sobre o desenvolvimento da Agricultura empresarial na província, concluiu-se que há um grande número de fazendas legalizadas, mas que a maior parte está inoperante. Os participantes sugeriram que sejam criadas melhores condições de habitabilidade para os quadros do sector em alguns municípios e a admissão de mais técnicos. Também concluíram que as Administrações Municipais devem procurar soluções para a desflorestação.
O departamento provincial do Huambo do Instituto de Desenvolvimento Agrário assiste 306.800 famílias camponesas, no âmbito do programa de extensão e desenvolvimento rural.
Dados fornecidos durante a reunião mostram que a assistência àquelas famílias é feita apenas por 29 técnicos efectivos e 47 contratados, o que é insuficiente para o êxito do programa.
O director provincial da agricultura disse que apesar desta insuficiência se têm registado algumas melhorias, fundamentalmente a nível das principais culturas alimentares da região, como o milho e o feijão. Na província do Huambo, o sector camponês, que é maioritário, ocupa mais de 400 mil hectares do território produtivo, essencialmente com mandioca, feijão e jinguba. O sector empresarial agrega cerca de 1.200 empresas, com uma média de 200 hectares de superfície, dos quais quase 90 por cento sem utilização.
Esta situação leva a concluir que o empresariado agrícola no Huambo tem pouca expressão e a sua influência no mercado é pouco significativa.
O sector familiar é o que mais tem contribuído para a satisfação das necessidades da população e o que alimenta o comércio rural, O participantes no encontro concluíram que por essa razão deve ser dinamizado para poder continuar a criar rendimentos.
Emitério Tiago pediu maior dinamismo para a médio prazo os camponeses poderem ser integrados nos mercados e começar o processo de especialização produtiva. (jornaldeangola.com)
por António Canepa e Juliana Domingos