Assinala-se hoje, 8 de Maio, o Dia Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Crescente Vermelho, que marca o aniversário do seu fundador, o suíço Henry Dunant.
A instituição, constituída basicamente por voluntários e presente em 171 países, vem prestando inúmeros serviços à humanidade, dando assistência aos feridos de guerra e vítimas de catástrofes naturais, além de promover os Direitos Humanos.
Tudo começou quando um campo de batalha com milhares de soldados feridos foram abandonados à própria sorte, por falta de assistência médica. Esta terrível visão, em Junho de 1859, no campo de Solferino, Norte da Itália, inspirou no suíço Henry Dunant a certeza de que algo precisava ser feito.
Este sentimento foi a semente da Cruz Vermelha. Naquele momento, ele mobilizou a população local para que o ajudasse a tratar os soldados de ambos os lados, dizendo a frase que se tornou mote da instituição: “Sono fratelli”, ou “são irmãos”.
Três anos mais tarde, Dunant publicou o livro “Uma Recordação de Solferino”, sugerindo que fossem constituídas sociedades de assistência em tempo de paz, com enfermeiros que tratassem dos feridos em tempos de guerra, e que estes voluntários fossem reconhecidos e protegidos por meio de um acordo internacional.
Criou-se então o “Comité Internacional para a Assistência aos Feridos”, mais tarde renomeado para Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Em 1863, os representantes de 16 países e quatro instituições filantrópicas reuniram-se em Genebra, em uma Conferência Internacional, marcando a oficialização da Cruz Vermelha como uma instituição. Ainda faltava, no entanto, a garantia de que este serviço fosse reconhecido e respeitado internacionalmente.
Com este objectivo, o governo suíço convocou uma Conferência Diplomática que se realizou em 1864, em Genebra. Participaram os representantes de doze governos, que assinaram um tratado intitulado “Convenção de Genebra para o Melhoramento da Sorte dos Soldados Feridos nos Exércitos de Campanha”, reconhecido como o primeiro tratado de Direito Internacional Humanitário.
Posteriormente, foram realizadas outras conferências, ampliando o direito básico a outras categorias de vítimas, como os prisioneiros de guerra. Esta decisão foi muito importante e deu novo impulso à Cruz Vermelha por ocasião da Segunda Guerra Mundial (1939 à 1945), Dunant ganhou o primeiro Prémio Nobel da Paz, em 1901, e morreu em 1910. O Comité Internacional da Cruz Vermelha também recebeu um Prémio Nobel da Paz em 1917 – o único durante a Primeira Guerra Mundial – e outro em 1944, pelo desempenho na Segunda Guerra.
Quando do centenário da Fundação da Cruz Vermelha, em 1963, mais dois prémios Nobel da Paz: um foi para o Comité Internacional e outro para a Liga das Sociedades.
FONTE: Angop