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    Hezbollah perto da maioria absoluta nas eleições libanesas

    O movimento chiita libanês Hezbollah está próximo de obter mais de metade dos assentos na parlamento libanês, segundo as primeiras projecções publicadas.

    Segundo o diário da direita isarelita Jerusalem Post, o grande salto do Hezbollah no favor do eleitorado situa-se a partir de 2012, quando começou a intervir activamente na guerra civil síria, como aliado decisivo para o presidente Bashar al-Assad.

    O Líbano recebia até aqui uma substancial ajuda militar norte-americana, e também de outras potências ocidentais. Admite-se que os resultados eleitorais venham a alterar esta política euro-norte-americana.

    Por outro lado, um ministro israelita igualmente citado pelo Jerusalem Post reagiu às primeiras notícias de vitória eleitoral do Hezbollah dizendo que assim se confirma a identidade entre o movimento e o Estado libanês e, portanto, a legitimidade para Israel de tomar como alvo o Governo libanês numa próxima guerra.

    Em todo o caso, é muito possível que o primeiro-ministro sunita Saad al-Hariri volte a encabeçar o próximo Governo. Com efeito, a arquitectura constitucional do país atribui neste caso aos sunitas o preenchimento do cargo de primeiro-ministro e Hariri, apesar das pesadas perdas eleitorais que sofreu, continua a ser o mais votado dos políticos sunitas.

    Mas Hariri, segundo Andrew Tabler, do Washington Institute, “vai ficar mais enfraquecido em qualquer tipo de governo que venha” e “a sua capacidade para controlar ou refrear significativamente o Hezbollah no Líbano vai ficar muito limitada”. E acrescentou que o resultado eleitoral “levará a mais críticas sobre a ajuda militar dos EUa às Forças Armadas libanesas”.

    O parlamento tem 128 assentos e as eleições – as primeiras em nove anos – foram organizadas num sistema proporcional, deixando o anterior sistema uninominal, em que o partido mais votado num círculo ficava com toda a representação.

    Segundo a Reuters, citada pelo diário israelita Haaretz, a coligação entre o Hezbollah e os seus aliados deverá obter 67 deputados. Directamente em nome do movimento, Hezbolah como tal elegerá ainda uns 13 deputados. Há além disso sunitas apoiados pelo Hezbollah, que obtiveram fortes votações em Beirute, Tripoli e Sidon, enfraquecendo o voto sunita em Hariri.

    O partido cristão marronita, que se opõe radicalmente ao Hezbollah, terá aumentado a sua votação de oito para 15 deputados, continuando contudo a ser muito minoritário.

    Globalmente, não está ainda claro se o Hezbollah e os seus aliados chegarão à maioria de dois terços, mas parece garantido que atinjam mais de metade dos eleitos. (RTP)

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