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    Harvey Weinstein condenado a 16 anos de prisão por estupro

    Ex-produtor de cinema já foi acusado de abusos sexuais por mais de 80 mulheres. Denúncias deram impulso ao movimento #MeToo e revelaram impunidade de homens em posições de poder na indústria cinematográfica de Hollywood.

    O ex-produtor de cinema de Hollywood Harvey Weinstein foi condenado a 16 anos de prisão, após ser considerado culpado de três acusações de estupro e abuso sexual.

    Em 19 dezembro do ano passado, um júri do estado americano da Califórnia considerou Weinstein culpado por estupro, penetração sexual e relações sexuais forçadas contra a vítima, uma modelo de origem italiana que não quis se identificar.

    Weinstein, criador de um império na indústria cinematográfica, foi considerado culpado das três acusações após um julgamento que durou aproximadamente dois meses. O magnata de Hollywood, de 70 anos, terá de cumprir a pena de 16 anos após os 23 anos que ainda tem de completar em razão de uma condenação em 2020 em outro caso semelhante.

    “Sustento que sou inocente. Nunca estuprei ou agredi sexualmente esta mulher. Nunca a conheci e o fato é que ela não me conhece. Trata-se de dinheiro”, disse Weinstein, em nota divulgada à imprensa.

    Ele pediu para não ser condenado a “uma vida na prisão” e chegou a implorar misericórdia à juíza antes de ouvir a sentença.

    “Perdi minha identidade”, relata vítima
    A vítima se pronunciou durante o processo e disse que “era uma mulher muito feliz e confiante” até a noite em que foi violentada por Weinstein, em fevereiro de 2013. “Perdi minha identidade. Pensava que certamente ninguém seria capaz de me amar. Estava de coração partido, esvaziada e sozinha”, afirmou.

    O ex-proprietário da produtora Miramax foi julgado em sete acusações baseadas em denúncias de quatro mulheres por abusos sexuais cometidos entre 2005 e 2013. Todos esses casos ocorreram em quartos de hotel em Los Angeles.

    Duas dessas acusações foram de estupro, enquanto as outras cinco foram por assédio sexual. Weinstein foi absolvido de uma das acusações e o júri não conseguiu chegar a um acordo sobre as demais.

    A representante de Weinstein, Juda Engelmayer, disse ao portal TMZ que a decisão do júri foi “uma sentença cruel, dada sua idade, sua saúde e as condições de sua condenação em Los Angeles”. Ela alegou que a vítima teria mentido em suas declarações.

    Recentemente, a defesa de Weinstein solicitou um novo julgamento à juíza responsável pelo caso, Lisa B. Lench, e aos procuradores assistentes, Paul Thompson e Marlene Martinez.

    Seus advogados, Alan Jackson e Mark Werksman, alegaram que tinham provas que não puderam apresentar durante o último julgamento que poderiam, supostamente, gerar uma reação diferente do júri. A moção, no entanto, não foi aceita.

    #MeToo
    A onda de acusações contra Weinstein teve início em 2015, quando algumas atrizes começaram a denunciar abusos cometidos pelo magnata.

    Mesmo assim, a carreira de Weinstein somente veio a desmoronar em outubro de 2017, quando o jornal americano The New York Times e a revista New Yorker revelaram um histórico de abusos sexuais perpetrados pelo produtor durante décadas.

    O caso se tornou uma bandeira do movimento feminista #MeToo, e encorajou dezenas de vítimas no meio artístico a falarem sobre abusos cometidos pelo ex-produtor. Entre estas, estavam atrizes consagradas como Uma Thurman, Angelina Jolie e Salma Hayek.

    Seu caso também trouxe à tona a impunidade com que homens em posições de poder na indústria cinematográfica mantinham comportamento sexual impróprio contra mulheres.

    Até agora, mais de 80 mulheres acusaram o ex-produtor de crimes sexuais.

    Por EFE, Reuters

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    FonteDW

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