Na Guiné-Bissau o mandato da UNIOGBIS termina a 11 de Dezembro, qual o destino do ex primeiro-ministro Aristides Gomes, que está refugiado na sua sede em Bissau desde Março, depois de ter considerado ilegal a tomada de posse do Presidente Umaro Sissoco Embaló ?
O mandato do Gabinete Integrado de Consolidação da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau – UNIOGBIS – termina a 11 de dezembro e o antigo primeiro-ministro Aristides Gomes está refugiado na sua sede em Bissau desde março, quando o seu governo foi demitido e ele se sentiu ameaçado, depois de considerar ilegal a tomada de posse do Presidente Umaro Sissoco Embaló a 27 de Fevereiro de 2020, antes do veredicto do Supremo Tribunal de Justiça, que viria a rejeitar o recurso de Domingos Simões Pereira.
A questão em voga na Guiné-Bissau é saber qual o destino que será dado ao ex-primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes ?
Suleimane Cassamá, membro do colectivo de advogados que defende Aristides Gomes, reconhece a preocupação, mas defende que mesmo com o encerramento da UNIOGBIS, a ONU continuará a ter na Guiné-Bissau uma representação permanente e é para lá que irá Aristides Gomes.
O advogado lembrou que a ida de Aristides Gomes para as instalações da UNIOGBIS foi uma estratégia concertada entre elementos da comunidade internacional e o próprio ex-primeiro-ministro.
Suleimane Cassamá afirma que a UNIOGBIS, que é uma estrutura da ONU, termina a sua missão na Guiné-Bissau, mas a responsabilidade pela integridade física de Aristides Gomes continua a pertencer a ONU.
“…a UNIOGBIS é uma estrutura das Nações Unidas, as Nações Unidas não vão de certeza fechar, então achamos que a responsabilidade se transfere para as Nações Unidas no momento do fecho da UNIOGBIS, as Nações Unidas continuarão a funcionar na Guiné-Bissau, pelo facto achamos que Aristides Gomes vai ser transferido para a sede das Nações Unidas na Guiné-Bissau“.
O advogado Suleimane Cassamá defende que Aristides Gomes gostaria de estar num país estrangeiro e que ainda persistem ameaças à sua integridade, com o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, a exigir que ele seja entregue à justiça guineense.
Enquanto não for encontrada uma solução sobre a situação, Aristides Gomes vai continuar nas instalações da ONU em Bissau e a trabalhar regularmente, conforme disse o seu advogado Suleimane Cassamá.