Mamadú Saido Baldé tomou posse esta terça-feira como novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau. A posse foi conferida pelo presidente do país, Umaro Sissoco Embaló que aproveitou o momento para fazer uma radiografia da justiça guineense.
Duas vezes derrotado em eleições, o juiz-conselheiro Mamadú Saido Baldé tomou posse como presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau.
E prometeu mudanças. Saido Baldé anunciou o fim da letargia nos tribunais, mas também disse que de ora em dia haverá justiça para todos.
Ao conferir posse a Saido Baldé, como presidente do Supremo, e Lima André, vice-presidente, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló teceu duras críticas ao mandato do anterior presidente do STJ, Paulo Sanhá.
Umaro Sissoco Embaló disse que “a justiça guineense citamos, conheceu o seu período mais sombrio e que de agora em diante as coisas têm que mudar”, fim de citação.
Embaló afirmou que com a forma como a anterior direção do Supremo Tribunal lidou com o contencioso eleitoral, “faltou pouco para levar o país a uma guerra civil”.
O Presidente guineense anunciou que com a nova equipa na direcção do Supremo qualquer servidor público, juiz, magistrado no Ministério Público, deputado ou governante, que for apanhado nas malhas da corrupção será imediatamente detido.
A ordem de Sissoco Embalo é para ser cumprida pela Polícia Judiciária.
Um pouco da biografia de Mamadú Saido Baldé
Mamadú Saido Embaló nasceu a 08 de fevereiro de 1963, em Catió, no sul da Guiné-Bissau.
Fez estudos primários em Bissau e liceais em Lisboa.
É diplomado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa e especializou-se em Ciências Jurídicas também em Portugal, entre 1985 a 1991..
Em 1995 foi nomeado Juiz de Vara Civil do Tribunal Regional de Bissau.
Desempenhou a função de Vice-Procurador Geral da República de 1999 a 2001. De 2002 a 2003 foi Procurador-Geral da República.
Foi diretor do gabinete do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça em acumulação com o inspetor judicial. Vogal do Conselho Superior da Magistratura Judicial por inerência de funções do Presidente da Câmara Civil do Supremo Tribunal de Justiça.
Foi ministro da Justiça de 2013 a 2014, também representou os tribunais junto do Banco Mundial. É Juiz Conselheiro e até antes da sua eleição, desempenhava a função de juiz presidente da Câmara Civil do Supremo Tribunal de Justiça.