As duas centrais sindicais da Guiné-Bissau anunciaram hoje (sexta-feira) que vão decretar uma greve geral de dois dias se o Governo não pagar aos professores para que estes possam voltar a dar aulas nas escolas públicas.
A posição da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI) foi transmitida hoje em conferência de imprensa pelos secretários-gerais das duas organizações.
Estêvão Có (UNTG) e Filomeno Cabral (CGSI) querem que o governo de transição pague, até quarta-feira, pelo menos seis dos dez meses de salários que deve aos professores.
Se o prazo não for respeitado, avançam para uma paralisação geral de dois dias, referiram na conferência de imprensa presenciada também pelos presidentes dos sindicatos de professores.
Oficialmente, o ano letivo nas escolas públicas foi declarado aberto a 30 de Setembro, mas as escolas públicas da Guiné-Bissau estão fechadas por causa de uma greve de 90 dias decretada pelos professores.
Face à situação, “fomos obrigados a envolver-nos em encontros ao mais alto nível para procurar soluções”, observou Estêvão Có.
Nos encontros mantidos com o primeiro-ministro do governo de transição, Rui de Barros, no gabinete do presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Sori Djaló, as centrais sindicais propuseram ao executivo que tome emprestado o dinheiro do Fundo de Promoção Industrial para pagar aos professores.
“Essa proposta foi aceite, mas estranhamente, volvidos 15 dias desde o nosso encontro, os professores ainda não receberam”, disse Filomeno Cabral, apontando o dedo ao primeiro-ministro, Rui de Barros, e ao presidente de transição, Serifo Nhamadjo.
As duas centrais sindicais dizem-se indignadas com a forma como Serifo Nhamadjo tem vindo a lidar com a falta de aulas nas escolas públicas. (portalangop.co.ao)