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    Guerra no Sudão do Sul pode provocar fuga de metade da população, diz ONU

    A ONU alertou hoje que metade da população do Sudão do Sul, mergulhado num conflito armado, pode gerar uma fuga em massa e gerar a segunda maior crise de refugiados da história recente de África, depois do genocídio no Ruanda, em 1994.

    “Se as coisas não mudarem até final do ano, haverá mais de três milhões de refugiados. E a situação dos deslocados – atualmente, um terço da população – não parece que vá melhorar”, disse o Alto Comissário da agência da ONU para os refugiados, Filippo Grandi.

    O responsável do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que o Sudão do Sul “tem uma população de cerca de 12 milhões de pessoas” e notou que “metade da população já não vive nas suas casas”.

    O conflito armado no Sudão do Sul, que entra no quinto ano em 2018, provocou já quase 2,5 milhões de refugiados e a deslocação de um terço da população daquele novo país africano.

    Mais de sete milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária e a ACNUR apelou para a cooperação internacional, no sentido de reunir 1.500 milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) para ajudar os refugiados que tiveram de fugir de países vizinhos e outros 1.700 milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) para auxiliar as pessoas que se encontram no Sudão do Sul.

    Filippo Grandi admitiu que os montantes são elevados, assinalando que “é o preço que a guerra gerou”, o que, disse, não é uma importância comparável aos 15.000 milhões de dólares (12 mil milhões de euros) que se gasta a nível mundial em guerras.

    O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, opondo as forças leais ao Presidente, Salva Kiir, de etnia ‘dinka’, e as forças do então vice-presidente, Riek Machar, da tribo ‘nuer’, que foi acusado de orquestrar um golpe de estado.

    Em 24 de dezembro do ano passado, entrou em vigor o acordo de cessar fogo acordado em Adis Abeba, na Etiópia, entre o Governo e as principais fações rebeldes sul-sudanesas, com a supervisão e mediação da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento na África oriental (IGAD, na sigla inglesa).

    Com a pausa nos combates, a IGAD pretendeu recuperar o acordo de paz firmado pelo Governo e a oposição, em agosto de 2015, também na capital etíope, e suster a escalada da violência, que aumentou em vários pontos do país, nos últimos meses do ano passado.

    O cessar fogo manteve-se durante algumas horas, tendo sido quebrado por novos confrontos entre combatentes de ambos os lados, na zona de Diem Jalab, no estado de Bahr al Gazal ocidental e em vários outros estados do país.

    Na semana passada, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que apoiaria a União Africana numa decisão de sancionar quem violasse um período de tréguas. (Notícias ao Minuto)

    por Lusa

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