Luanda – O director regional da OMS para África, Luís Gomes Sambo, apelou hoje, sábado, às autoridades nacionais e aos parceiros do desenvolvimento para que reforcem a prevenção e as iniciativas de controlo da Tuberculose (TB) na Região para se deter o curso desta epidemia.De acordo com Sambo, para tal, os Estados-Membros deverão trabalhar com as partes interessadas para garantir a cobertura máxima com estratégias adequadas de combate à TB.
Tal exige que os governos estabeleçam parcerias inovadoras a todos os níveis, incluindo o da sociedade civil e o do sector privado.
Acrescentou que, por outro lado, os programas nacionais, em colaboração com as organizações de base comunitária, deverão assegurar que todos os casos simples de TB sejam tratados com êxito, de modo a prevenir o surgimento de estirpes resistentes aos medicamentos.
Por outro lado, Luís Gomes Sambo, apelou aos doentes de TB que adiram ao tratamento prescrito pelos profissionais de saúde, pelo que, os países que já notificam casos de TB-MR e TB- UR, os Estados-Membros deverão tomar medidas urgentes para identificar, quantificar e tratar os casos de TB resistente aos medicamentos, para se conseguir interromper a transmissão.
Neste contexto, lanço um apelo aos Estados-Membros e parceiros da saúde e do desenvolvimento para que dediquem os recursos adequados à luta contra a TB e promovam o apelo à consecução do acesso universal aos serviços de prevenção e controlo da TB.
Entretanto, a Tuberculose continua a ser um dos grandes problemas de saúde pública na Região Africana, responsável por mais de 25 porcento dos casos da doença notificados todos os anos.
Apesar disso, calcula-se que apenas 60 porcento dos casos existentes de TB são detectados e que a doença vitime cerca de 250 mil pessoas por ano.
Hoje, 24 de Março de 2012, é o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, data em que o mundo inteiro é lembrado da ameaça que a tuberculose (TB) continua a representar para as populações humanas, a despeito da existência de intervenções eficazes de controlo.
O tema do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose deste ano é: “Travar a TB durante a nossa vida”. Este tema chama a atenção para a necessidade de acções aceleradas urgentes, para garantir que as crianças de hoje vivam para contemplar um mundo onde ninguém morre vítima da TB.
A epidemia da TB em África deve-se principalmente à pobreza e ao impacto negativo da co-infecção TB/VIH. Para além disso, quase metade dos doentes de TB na Região Africana estão infectados com o VIH, e apenas 42 porcento tem acesso à terapêutica anti-retroviral.
A TB que não responde ao tratamento de primeira linha normalmente usado, conhecida como “TB Multirresistente” (TB-MR) e a TB que não responde aos tratamentos de primeira e segunda linhas, chamada “TB Ultra-Resistente” (TB-UR) continuam a ser desafios importante na luta contra a TB.
Até ao final de 2011, a TB-MR foi notificada em quarenta e dois países da Região Africana, dos quais apenas 28 dispunham de programas nacionais para tratar os doentes afectados por esta forma da doença.
A TB é curável e existem medicamentos disponíveis graças ao apoio da OMS e dos parceiros.
Por isso, é inaceitável que hoje em dia ainda haja quem morra devido à TB. Para além disso, todas as pessoas que vivem com o VIH precisam de fazer o rastreio da TB e ter acesso a medidas de prevenção ou receber o tratamento adequado, caso seja necessário.
“Ao colocarmos estas estratégias comprovadas ao alcance de todas as pessoas expostas, conseguiremos salvar milhões de vidas a longo prazo. É, por isso, importante que todas as organizações de base comunitária estejam envolvidas nos cuidados para o VIH e integrem de forma sistemática o controlo da TB nas suas actividades diárias”, sublinhou.
Fonte: Angop
